Bebê baiano que fez cirurgia em São Paulo passa bem, dizem médicos

Bebê baiano que fez cirurgia em São Paulo passa bem, dizem médicos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:28

Cauê foi operado na quinta-feira (8) em São Paulo

(Foto: Reprodução/TV Bahia)

  O bebê baiano Cauê Ribeiro está reagindo bem à cirurgia cardíaca feita na quinta-feira (8), no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. A criança saiu do centro cirúrgico a cerca de vinte horas e a evolução dele, segundo os médicos, é excelente.

Cauê continua na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o estado de saúde dele é grave, mas ele está estável, de acordo com os médicos que acompanham seu caso. A cirurgia durou cerca de sete horas e é considerada complexa. Cauê não tem previsão de alta médica.

Os médicos diminuíram a quantidade de remédios e os rins de Cauê funcionam bem, o que, de acordo com os médicos, é um sinal de melhora.

O menino, que tem pouco mais de um mês, foi transferido terça-feira (6) para São Paulo. A expectativa dos médicos e da família de Cauê é que ele continue reagindo bem ao pós-operatório, para passar por uma nova cirurgia quando completar quatro meses de vida. Aos dois anos, ele precisará de uma nova operação.

Diagnóstico

Cauê tem uma doença rara no coração, chamada hipoplasia. O lado esquerdo do coração dele é menor que o direito, o que impede que o sangue seja bombeado para o restante do corpo. O pai Alessandro Lima Ribeiro conta que o problema de saúde só foi detectado no segundo dia de vida do bebê. "Minha mulher teve uma gravidez super tranquila, os exames não apontaram nada disso", afirma.     Alessandro lembra que quase 48 horas depois do parto cesáreo, realizado no dia 31 de julho, o casal se aprontava para deixar a maternidade do Hospital Português, em Salvador, quando a criança começou a apresentar sintomas de insuficência cardíaca, ficando com o corpo roxo e falta de ar.

"Minha mulher e Cauê já tinham recebido alta, inclusive, ele tinha mamado normalmente. A médica até hoje não sabe como ele encontrou forças para isso diante desse problema tão grave no coração. Quando vi ele daquele jeito, chamei os médicos e ele foi levado direto para a UTI", relata.

A cardiopediatra Zilma Verçosa, que fez o diagnóstico da doença em Cauê, explica que a hipoplasia poderia ter sido detectada através de um exame chamado ecocardiograma fetal. "A melhor maneira de se transportar uma criança nessas condições é na barriga da mãe, antes dela nascer", explica. A especialista acrescenta que a maneira correta de tratar crianças com hipoplasia é quando elas já nascem em uma unidade especializada e passam por cirurgia nas primeiras horas de vida.

Segundo o pai de Cauê, na ultrassom morfológica, exame que apontaria a necessidade do ecocardiograma fetal, não houve indicação de que a mãe teria de passar por um novo exame. Alessandro e Tâmara não sofrem de doença cardíaca.

Luta para transferência

Cauê nasceu no Hospital Português, em Salvador, e assim que teve o problema detectado foi solicitada a transferência dele para o Hospital Santa Izabel, que também fica na capital baiana, e atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O bebê só foi transferido para a unidade de saúde no dia 30 de agosto, mas o hospital não tem estrutura para a cirurgia.

A médica que cuida do bebê conseguiu uma autorização para fazer o procedimento no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e a Secretaria Estadual da Saúde da Bahia cedeu uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea. Mas como o plano do menino não cobre a cirurgia em outro estado, ele precisaria ter o nome incluído na Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade (CNRAC), e fazer o procedimento pelo SUS. Na quinta-feira (1º), Cauê conseguiu ter o nome incluso no CNRAC.

O bebê foi transferido de Salvador na terça-feira (6) em uma UTI aérea cedida pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). A criança viajou acompanhada da mãe, Tâmara Nascimento, e aos cuidados de um médico na aeronave.

Na quarta-feira (7), por causa de um problema nos testes de transfusão de sangue, os médicos chegaram a descartar a realização da cirurgia nesta quinta. A situação foi resolvida e Cauê apresentou condições para ser submetido à cirurgia.          

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