O casal suspeito de envolvimento no assassinato a facadas do universitário Denis Casagrande, de 21 anos, durante uma festa dentro do campus da Unicamp, em Campinas (SP), foi preso na noite desta sexta-feira (28), na casa deles. Segundo o delegado responsável pelo inquérito, Rui Pegolo, a prisão é temporária, por 15 dias, e ocorreu após autorização judicial.
A informação da polícia é que Maria Tereza Peregrino, de 20 anos, foi levada para a cadeia feminina de Paulínia (SP). Ela confessou ter dado a facada em Casagrande, e os advogados dela alegam legítima defesa. O namorado, Anderson Mamede, de 21 anos, foi encaminhado para a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial de Campinas. O rapaz admitiu ter agredido o universitário com um skate, mas nega ser responsável pela morte.
Segundo investigadores, eles foram presos por volta das 22h45 e não resistiram. De acordo com Pegolo, as detenções são necessárias “para que a investigação seja concluída”. Agora, ambos ficam à disposição da Polícia Judiciária. Antes de serem levados para a cadeia, eles passaram por exames no Instituto Médico Legal (IML).
Sem falar
Tanto Maria Tereza quanto Anderson não deram declarações à imprensa. Os advogados dela, que é atendente de telemarketing, chegaram à delegacia por volta de 00h30 deste sábado (28), mas preferiram não falar antes de terem informações da polícia sobre as prisões, que, segundo Pegolo, foram autorizadas pelo juiz da 2ª Vara do Júri, José Henrique Rodrigues Torres.
Casagrande cursava o 2º ano de engenharia de controle e automação na Unicamp. Ele foi morto na madrugada de sábado (21) durante uma festa no campus de Barão Geraldo da universidade. O corpo do universitário foi enterrado em Piracicaba (SP).
Defesa
Os advogados de Maria Tereza disseram na tarde desta sexta-feira que vão pedir à polícia um exame toxicológico de Casagrande. Um dos defensores, Felipe Ballarin Ferraioli, afirmou que a atendente relatou que estava "se aliviando" atrás de árvores, já que banheiros próximos do local estavam fechados, quando começou a ser abordada pelo universitário.
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"Ele teria ido lá e dado em cima dela. Ela não gostou, pediu para que ele se afastasse, mas ele veio para cima. Num segundo momento, já fora desse local reservado, é que ocorreu a facada", falou o advogado. Ferraioli afirmou que a briga envolvendo outras pessoas ocorreu na sequência, e Maria relatou que, antes da facada, Casagrande ofendeu o grupo de punks que ela integra.
Em um texto publicado em redes sociais, os amigos de Casagrande afirmaram que ele não pretendia beber durante a festa, pois no dia seguinte encontraria o irmão para uma viagem com a família. Pegolo disse que aguarda a avaliação e também resultados de exames feito pelo Instituto Médico Legal (IML) para concluir o inquérito. Ela já ouviu pelo menos 20 testemunhas e não descarta a hipótese de reconstituir o crime na universidade.
Denis era 'da paz'
A mãe do universitário morto, Maria Lurdes Papa Casagrande, esteve na delegacia terça-feira e rebateu a acusação de que o filho tenha provocado a suposta agressora. "Em hipótese alguma ele teria atacado. Ele era um menino calmo, tranquilo, da paz", afirmou.
Nas redes sociais, amigos do universitário também saíram em defesa do rapaz. "Quem o conhecia sabe muito bem que Denis nunca apresentou histórico de comportamento desrespeitoso como o que tem sido veiculado. Além do mais, nunca participaria de uma "briga" como essa e tampouco por uma garota totalmente desconhecida".
Unicamp
Em nota, a assessoria da Unicamp informou que o Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação da universidade, recebeu os pais de Casagrande na terça-feira para reiterar "o propósito de oferecer apoio à família, acompanhar as investigações e apurar responsabilidades no âmbito interno, reafirmando o seu compromisso com uma sociedade menos violenta e mais solidária".