Cidade do Samba ainda tem alguns focos de incêndio nesta terça-feira

Cidade do Samba ainda tem alguns focos de incêndio nesta terça-feira

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:57

Um dia depois do incêndio que atingiu quatro barracões na Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio, equipes do Corpo de Bombeiros ainda combatem pequenos focos no prédio que era ocupado pela Grande Rio, a escola mais atingida. Três caminhões e 15 bombeiros atuam no trabalho de rescaldo na manhã desta terça-feira (11). Por medida de segurança, a área entre os barracões 1 e 4 foi isolada e permanece interditada pela Defesa Civil municipal.

Do lado de fora da Cidade do Samba ainda é possível ver fumaça saindo de dentro dos barracões. Componentes da Grande Rio, da União da Ilha e da Portela acompanham os trabalhos e aguardam uma orientação da direção das suas escolas para começar a reconstruir os carros destruídos pelas chamas. Segundo Luís Carlos Bastos, diretor do barracão da União da Ilha, todas as alegorias vão para a Avenida.     "Nós vamos mostrar a força da Ilha neste carnaval. As nossas equipes já começaram a reconstruir as duas alegorias atingidas. A nossa aranha vai atravessar a Sapucaí”, garantiu Bastos ao falar das alegorias que vão contar o enredo sobre Darwin e a origem da vida.

  Cenário de ferros contorcidos

Por toda área atingida pelas chamas, a imagem é de destruição. Ferros contorcidos, paredes que desabaram e carcaças de alegorias. Durante toda manhã, funcionários da Portela circulavam com o que conseguiram salvar no barracão e há alegorias a céu aberto. As três escolas afetadas contam ainda com a ajuda das outras agremiações, que cederam ateliês, material de confecção dos carros e caminhões para ajudar no transporte das alegorias.

Para a secretária Patrícia de Oliveira Braga, de 28 anos, da União da Ilha, o ideal seria ter uma base dos bombeiros na Cidade do Samba. "As escolas trabalham com equipes de bombeiros contra incêndio, mas não são suficientes e ontem vimos isso. Um dos barracões da Liesa poderia ser usado como base, uma espécie de miniquartel. Tenho certeza que o estrago seria menor ", disse ela.     Retomando a rotina

Enquanto as outras 9 escolas, que não foram atingidas pelo incêndio, mantêm o ritmo de trabalho, integrantes da Grande Rio, da Uniao da Ilha e da Portela tentam, aos poucos, retomar suas rotinas. Na União da Ilha, trabalhadores aguardam o carnavalesco Alex Souza para resolver sobre as fantasias.

"Sabemos que a escola vai tentar adaptá-las. Não vamos ser julgados, mas queremos mostrar um carnaval digno da nossa comunidade. Vamos desfilar com tudo, cantar nosso samba e fazer um desfile de campeã, porque nossa comunidade merece", disse a aderecista Rita de Cássia.

Para a chefe do ateliê da Uniao da Ilha, Tania Lucia Garcia Soares, o mais triste é não poder fazer nada: "A gente está com o coração partido. Mas dói demais ver a Grande Rio, nossa coirmã, no estado em que ficou. O carnaval não é o oba-oba que as pessoas acham. É o resultado de muito suor e trabalho. Só a gente sabe o trabalho que da montar tudo isso".

Mudança nos desfiles

O folião que não estiver satisfeito com a mudança nos desfiles do carnaval carioca, decidida depois do incêndio , vai poder pedir o dinheiro de volta . Segundo a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), não será possível fazer trocas.

Como a União da Ilha, Portela e Grande Rio estavam agendadas para desfilar na segunda-feira de carnaval, foi necessária uma mudança na grade de desfiles. A decisão aconteceu após uma reunião com presidentes de todas as escolas . Com a nova ordem, a Portela, que desfilava na segunda, passará para o domingo, no lugar da Mocidade Independente de Padre Miguel, que teve seu desfile transferido para segunda.

A Liga, segundo a sua assessoria de imprensa, ainda estuda a criação de um balcão de trocas, para tentar conciliar interesses de consumidores. Mas ainda não se sabe se haverá estrutura para intermediar trocas de diferentes setores com um serviço de qualidade.

Carnaval 2011 não terá rebaixamento de escolas

Na mesma reunião de segunda-feira, ficou deicido que não haverá rebaixamento no Grupo Especial do carnaval em 2011 e que as três escolas atingidas não serão julgadas.

Como consequência das mudanças deste ano, em 2012 duas escolas serão rebaixadas para o Grupo de Acesso, em vez de uma, para voltar a equilibrar o número de agremiações no Grupo Especial.     Demolição parcial de barracões atingidos

Após uma vistoria prévia nos galpões atingidos pelo incêndio na Cidade do Samba, o engenheiro representante da Defesa Civil municipal, Luiz André Moreira Alves, informou que toda a estrutura interna do segundo pavimento desses imóveis será demolida .

"Essa foi uma vistoria preliminar, onde nós verificamos que no trecho do segundo pavimento dos galpões que eram utilizados pela Grande Rio, Portela, União da Ilha e parte da Liesa houve um comprometimento de estrutura na parte superior e a gente vai entrar com uma obra emergencial para fazer a demolição desse pavimento, para que a gente possa manter íntegro o pavimento térreo e causar menos transtornos no local", explicou Luiz André Moreira Alves.

Cooperação

As escolas de samba do Rio de Janeiro reafirmaram que estão fazendo um mutirão para ajudar as agremiações afetadas pelo incêndio na Cidade do Samba.

“Temos que tentar ajudar quem já está muito prejudicado”, disse o carnavalesco da Unidos da Tijuca, Paulo Barros . “Vamos ajudar com o que puder, fantasias, carros alegóricos, até presidente”, reiterou a presidente do Salgueiro, Regina Celia.

Como foi

As chamas na Cidade do Samba, onde funcionam barracões de 14 escolas de samba, foram controladas pouco antes das 11h de segunda. Ao todo, 39 carros dos bombeiros de sete quartéis e 80 homens foram enviados ao local. Os dirigentes das três escolas atingidas estimam que, no total, cerca de 8.400 fantasias foram destruídas pelo fogo.    

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