Cinema iraniano marca presença em Cannes com "Goodbye", de Rasoulof

Cinema iraniano marca presença em Cannes com "Goodbye", de Rasoulof

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:43

A reivindicação da liberdade artística no Irã, que está se transformando em uma triste rotina nos festivais de cinema, ganhou espaço neste sábado em Cannes com a projeção de "Goodbye", de Mohammed Rasoulof, cineasta preso em seu país.

Na presença da protagonista Leyla Zareh e da esposa de Rasoulof, o filme que aborda temas proibidos no Irã, como o aborto, foi aplaudido na seção paralela "Un Certain Regard".

"Vim para passar a mensagem do meu marido, que dedica este filme a todos os presos do Irã", declarou a mulher do cineasta, enquanto Zerah acrescentou que espera "que esta história acabe bem".

Rasoulof foi acusado junto a Jafar Panahi, de quem foi assistente de direção, por conspiração e propaganda contrária ao Governo de Mahmoud Ahmadinejad.

Em "Goodbye" não há muito espaço para o otimismo. Se a jurada Linn Ullmann dizia na abertura do festival que "muitos membros de júris de arte são políticos sem ser, já que uma história individual pode criar empatia e solidariedade no espectador", no caso do Irã é inevitável que a política interfira de maneira brutal em cada filme produzido no país.

No longa, a personagem principal é uma advogada que tenta conseguir durante toda a trama uma permissão para deixar o país, no entanto precisa da autorização do marido, que se encontra no exterior.

"Se alguém se sente estrangeiro em sua própria terra, é melhor que se sinta estrangeiro em outro país", assegura a personagem em um momento do filme.

A homenagem ao cinema iraniano terá continuidade no próximo dia 20 com a projeção de "This Is Not a Film", de Jafar Panahi, que será exibido enquanto o cineasta aguarda o veredicto do tribunal de apelação, após ter sido condenado a seis anos de prisão e ser impedido de trabalhar como cineasta durante 20 anos.

Thierry Frémaux, diretor do Festival de Cannes, e Gilles Jacob, presidente do evento, asseguraram ao anunciar a inclusão destas produções iranianas na programação que "o filme de Rasoulof e as condições nas quais foi feito e o diário de Panahi sobre os dias de sua vida como artista impedido de trabalhar são, por si só, uma resistência às suas condenações".        

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições