O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) vai decidir nesta segunda-feira se afasta do cargo o procurador-geral do Ministério Público do DF, Leonardo Bandarra, acusado de envolvimento no escândalo conhecido como mensalão do DEM.
Ele é suspeito de ter recebido propina para fazer vista grossa a contratos fraudulentos e beneficiar políticos em investigações.
Em maio, o CNMP decidiu intervir no Ministério Público local e investigar o procurador. Por unanimidade, o conselho entendeu que o Ministério Público distrital tem ''incapacidade de fazer uma investigação séria e isenta'' contra seu chefe.
''Mesmo que sejam notícias, justificam que sejam analisados em ambiente mais imune. Resta clara a mais absoluta falta de sintonia entre os membros do MPDF. Qualquer seja a decisão da corregedoria pode ser interpretada por interesses políticos'', disse o relator Francisco Maurício.
De acordo com o delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, Bandarra recebeu R$ 1,6 milhão do esquema para interferir no Ministério Público e impedir que os contratos sem licitação para a coleta de lixo fossem investigados. Bandarra nega as denúncias.
O pedido para tomar do Ministério Público do DF a investigação foi apresentada pelo conselheiro Bruno Dantas. ''A própria corregedora do MP-DF admite que a atribuição deve ser do Conselho Nacional'', afirmou Bruno Dantas.
Em nome do Ministério Público do Distrito Federal, a corregedora Lenir de Azevedo disse que a instituição fez uma investigação isenta contra seu chefe, Leonardo Bandarra. ''São inverdades, ilações pessoais e maledicências de bastidores. Foram promovidas inúmeras diligências em busca da verdade dos fatos'', afirmou.
Lenir entregou a sindicância ao CNMP na véspera da sessão e disse que há ''fortes indícios'' contra Bandarra, mas não deu detalhes. A corregedoria, apesar de negar que foi parcial ou morosa, admitiu que não tinha poderes para punir o chefe do Ministério Público do DF.
''Quem deve continuar a investigação é a corregedoria-nacional porque a atribuição de continuidade é do CNMP, eu não tenho a premissa de enquadrar o procurador-geral. Nossa sindicância já está feita'', afirmou.
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