Dilma avalia hoje se tira Nelson Jobim do Ministério da Defesa

Dilma avalia hoje se tira Nelson Jobim do Ministério da Defesa

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:32

A presidente Dilma Rousseff vai avaliar ao longo da manhã desta quinta-feira, 4, se mantém ou não Nelson Jobim no cargo de ministro da Defesa. Em uma entrevista à revista Piauí, Jobim chama o governo Dilma de "atrapalhado", diz que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati, é "fraquinha", e que Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, "não conhece Brasília". Se a presidente decidir mesmo antecipar a demissão de Jobim, um dos nomes cotados é o do atual ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo.

Por conta de outras declarações, Jobim já estava na lista dos auxiliares de Dilma que ela deve tirar do governo na primeira reforma ministerial, no final deste ano ou no início de 2012. Agora, com a entrevista à Piauí, que chega amanhã às bancas e tem o conteúdo editado no portal do Estadão, a presidente pode decidir pela demissão imediata de Jobim, desistindo da ideia de não mexer no governo enquanto não assentar a poeira da base aliada levantada pela crise política no Ministério dos Transportes, Dnit e Valec.

O ministro viajou ontem à noite para São Gabriel da Cachoeira (AM). Hoje de manhã ele partiu para Tabatinga (AM), onde, ao lado do vice-presidente da República, Michel Temer, assina um plano de vigilância de fronteiras entre Brasil e Colômbia. Pela agenda oficial, Jobim deixa a base do Cachimbo (AM) às 20h30, devendo chegar a Brasília perto da meia noite.

Em recente entrevista concedida ao programa "Poder e Política", da Folha de S. Paulo e UOL, Jobim criou incomodo no Planalto ao fazer questão de revelar que, nas eleições do ano passado, votou no candidato tucano José Serra, o adversário da candidata vencedora, Dilma Rousseff.

Por conta dessas declarações, houve pressão política para demitir o ministro, mas Dilma preferiu evitar a crise e, como apurou o Estado na manhã desta quinta-feira, a intenção era, ao menos, esperar que Jobim tocasse até ao fim o projeto de aprovação, no Congresso, da criação da Comissão da Verdade - um projeto para o qual a presidente da República, até por ser ex-presa política, que foi torturada no regime militar (1964-1985), pediu empenho especial. A comissão vai tomar depoimentos que ajudem a esclarecer as condições de repressão no período e, principalmente, ajudem a chegar ao paradeiro de corpos de presos políticos que desapareceram em meio à repressão e até hoje não foram localizadas (caso da guerrilha do Araguaia, nos anos 70).

Ontem, Jobim teve uma audiência com a presidente Dilma. O Estado apurou que ele informou a presidente sobre o conteúdo da entrevista à Piauí, inclusive as críticas feitas a colegas do ministério. Dilma escolheu pessoalmente as ministras Ideli e Gleisi, depois da queda de Antonio Palocci do comando da Casa Civil, no início de junho.

A informação no bastidor do Planalto é que Jobim teria amenizado as críticas aos colegas e dito que a revista contextualizou as declarações de um jeito em que as palavras ganharam uma força especial. A repercussão política e as avaliações e reclamações dos ministros criticados vão decidir o destino de Jobim. Ele não era a opção de Dilma para a Defesa, mas, na formação do ministério, depois de eleita, a presidente acabou por ficar com ele a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.            

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