Dilma diz ''estranhar'' desejo de Serra de governar com o PT

A pré-candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, disse ''estranhar'' a declaração do adversário José Serra (PSDB), que afirmou querer governar com o PT caso seja eleito.

Para Dilma, PT e PSDB têm ''projetos distintos''. ''Qualquer tentativa de dizer que [os projetos] não são distintos tem que ser explicada. Por que [os tucanos] foram contra o presidente Lula durante tanto tempo? Por que fizeram uma oposição tão raivosa? Agora, quando temos uma aprovação de mais de 90%, soa um pouco estranha essa fala'', afirmou a pré-candidata.

O tucano fez o comentário ontem, durante um debate entre os três principais pré-candidatos à Presidência na Associação Mineira de Municípios, em Belo Horizonte.

''Se depois da campanha eu for eleito -e pode parecer uma heresia, viu, Dilma?-, mas vou querer tanto o PT quanto o PV no governo em função de objetivos comuns, com base no programa'', disse o tucano.

Deslizes

Questionada sobre seus ''deslizes'' como pré-candidata, Dilma, que disputa pela primeira vez uma eleição, foi irônica. ''Eu tenho a impressão de que a única pessoa que comete deslizes sou eu. O resto é absolutamente impecável e perfeito'', disse.

A pré-candidata afirmou que sua pré-campanha tem sido ''uma experiência única, principalmente pelo contato com a população''. ''É ali que eu vou aprender. É com esse contato'', disse.

Dilma deu as declarações durante visita ao Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (a 60 km de Recife), onde será lançado o primeiro navio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O PAC é uma das vitrines da gestão do presidente Lula (PT) e da presidenciável, que foi ministra-chefe da Casa Civil e era chamada pelos petistas de ''a mãe do PAC''.

O lançamento é uma solenidade oficial do governo e contará com a presença do presidente Lula. Dilma chegou antes do presidente ao local, por volta das 10h15. Ao contrário do que costumava fazer no início da campanha, a pré-candidata vestia roupas sóbrias -blusa branca, calça preta e sapato.

Por: Fábio Guibu