Dilma diz que Brasil não quer ser apenas parceiro comercial da China

Dilma diz que Brasil não quer ser apenas parceiro comercial da China

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:48

A presidente Dilma Rousseff disse que o Brasil quer ser mais que um parceiro comercial da China e defendeu um salto de qualidade no modelo de cooperação entre os dois países, em seu discurso em um seminário de ciência e tecnologia, em seu segundo dia da visita oficial ao país.

'Mais que parceiros comerciais, queremos ser parceiros em pesquisa, tecnologia, inovação e desenvolvimento de produtos com tecnologia verdadeiramente binacionais', afirmou Dilma, na cerimônia de abertura do Diálogo de Alto Nível Brasil - China em Ciência, Tecnologia e Inovação, que ocorreu no Complexo Diaoyutai, em Pequim.

'É certo que o Brasil é um dos grandes países produtores de alimento no mundo. É certo que não somos apenas produtores de recursos naturais.'

Ainda nesta terça-feira, após um seminário com empresários, ela se reunirá com o presidente chinês, Hu Jintao, no Grande Palácio do Povo.

Durante o seminário, Dilma destacou também o caráter estratégico da parceria com a China.

'Nossas relações são sólidas e alcançamos, de certa forma, maturidade. No entanto, o Brasil, e tenho certeza também a China, vai inaugurar uma nova etapa nessas relações, um salto de qualidade num modelo de cooperação que tivemos até agora.'

Ela defendeu ainda um respaldo institucional para a parceria sino-brasileira, para que se dê expressão máxima ao caráter estratégica das nossas relações.

No fim do discurso, ela afirmou que o futuro dos dois países é promissor e elogiou o valor dado pela China à Ciência e Tecnologia durante o 12º Plano Quinquenal.

'Melhor momento'

A presidente também destacou a situação favorável do país. 'O Brasil atravessa o melhor momento de sua história, uma economia pujante, um povo criativo e confiante e uma sociedade democrática.'

'Fizemos, estamos fazendo e faremos todo possível para transformar o Brasil em uma sociedade desenvolvida e justa'

Dilma citou ainda uma série de acordos que foram firmados com a China, como a criação de um centro conjunto de nanotecnologia e outro para o desenvolvimento da tecnologia para o uso de fibras de bambu em indústrias como a construção civil.

O lado chinês aproveitou o momento para tratar do avanço do país nos últimos anos, citando dados como as 815 mil patentes concedidas no país desde o ano passado - um aumento de 360% em relação ao ano de 2005. Citou ainda os 156 parques de alta tecnologia existentes no país.

'A China adotou a estratégia de absorver, recriar, e recompor', disse o vice-ministro da Ciência e Tecnologia, Cao Jianlin.

'Reciprocidade'

Dilma chegou na segunda-feira a Pequim para uma visita de seis dias, cujo objetivo é tentar aprimorar a relação do Brasil com a China.

Quando ainda estava no Brasil, a presidente disse à agência estatal chinesa de notícias Xinhua que em sua reunião com o presidente Hu pretendia discutir o 'aprofundamento da parceria estratégica sino-brasileira'. Uma relação que deveria, segundo ela, ser baseada na 'reciprocidade'.

Seu grande desafio nesta primeira viagem oficial à China é conseguir diversificar as exportações brasileiras.

Em um dos primeiros resultados, o Ministério da Agricultura anunciou nesta segunda-feira que a China autorizou três frigoríficos brasileiros a exportar carne de porco para o mercado chinês.

Leia mais na BBC

Além disso, também foi anunciado que a empresa chinesa Huawei vai investir cerca de US$ 300 milhões na construção de um centro de pesquisa e desenvolvimento em Campinas, interior de São Paulo.

E a visita de Dilma começou com o anúncio de um possível acordo que pode evitar o fechamento da fábrica da Embraer em Harbin, um dos pontos mais polêmicos da relação entre os dois países. A fábrica corria o risco de ficar ociosa e fechar as portas em breve.

Na quarta-feira, a presidente se reunirá com o presidente da Assembleia Popular Nacional, Wu Bangguo, e com o premiê chinês, Wen Jiabao.

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