Dona Lily Marinho morre no Rio

Dona Lily Marinho morre no Rio

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:01

Dona Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, fundador das Organizações Globo, e Embaixadora da Boa Vontade da Unesco, morreu às 20h05 desta quarta-feira (5), aos 89 anos, de falência múltipla dos órgãos.

Ela estava internada na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio, desde o dia 13 de dezembro, com infecção respiratória. Duas semanas atrás, Dona Lily havia sido transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da clínica.

O velório será nesta quinta-feira (6) pela manhã, no cemitério São João Batista, em Botafogo, também na Zona Sul.

Filha de uma francesa e de um inglês, Lily Monique de Carvalho Marinho nasceu em Colônia, na Alemanha, mas foi criada na França. Em 1938, a beleza da jovem impressionava. Lily Monique foi miss Paris, aos 17 anos de idade. Foi em Paris que conheceu o primeiro marido, o empresário Horácio de Carvalho. Casou-se e adotou o Brasil como pátria. Com Horácio de Carvalho, teve um filho, Horacinho, que morreu num acidente de automóvel, aos 26 anos de idade. Tempos depois, adotou um menino, que lhe deu quatro netos.

Dona Lily e Roberto Marinho se conheceram em 1941. Quase 50 anos mais tarde, quando a reencontrou, já viúva, Doutor Roberto se lembrava de como ela estava vestida quando se encontraram pela primeira vez.

"Quando esse mesmo homem confessa que, durante 44 anos, nunca esqueceu o primeiro encontro, quando diz achá-la bela... Como não se sensibilizar?", recordou ela no livro "Roberto & Lily", lançado em 2004. Eles se casaram em setembro de 1991. Roberto Marinho tinha 86 anos, e Lily, 70.

Com Doutor Roberto, Dona Lily ajudou a trazer pela primeira vez ao Brasil grandes exposições de artistas franceses, como Monet e Rodin. Pelo apoio e pela promoção da cultura, Dona Lily foi condecorada pelo governo da França com a Legião de Honra e homenageada pelo Ministério da Cultura do Brasil. Dona Lily é também Embaixadora da Boa Vontade da Unesco, o braço da ONU para educação e cultura.

Quando Roberto Marinho morreu, em 2003, a cerimônia de despedida foi na casa do Cosme Velho. E foi lá que ela viveu até ser internada. "Não poderia viver em outro lugar. Com sua ausência, viverei com saudade até o fim", disse certa vez.

Ela tinha o hábito de organizar reuniões na sua casa no Cosme Velho. Em julho do ano passado, ofereceu um almoço à então candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Foram convidadas personalidades da política e da sociedade carioca para o encontro, como Maria da Conceição Tavares, Nélida Piñon, Jandira Feghali, Maria Lúcia Horta Jardim, Magaly Cabral, Consuelo Paes, Marcela Temer e Lucy Barreto.

Em nota, a presidente Dilma Rousseff lamentou a morte de Dona Lily e elogiou a dedicação dela aos mais necessitados.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, destacou que Dona Lily "marcou sua trajetória pela elegância no viver e pelo amor à arte".

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou que a "solidariedade e dedicação" dela "servem de inspiração e orgulho". "A morte de Dona Lily é uma grande perda para todos os cariocas, que se despedem de alguém que amava a nossa cidade com toda sua elegância e generosidade", afirmou o prefeito na nota oficial.

Vincent Defourny, representante da Unesco no Brasil, divulgou nota na qual diz que "expressa seu profundo pesar pelo falecimento de D. Lily Marinho". A nota acrescenta: "D. Lily teve relevante papel no incentivo à cultura e apoiou projetos sociais voltados aos menos favorecidos. Colaborou de forma incansável para aproximar as diferentes culturas e pessoas, sempre levando uma mensagem de tolerância e paz. A forma dedicada com que tratava assuntos culturais e sociais do país ficará registrada em nossas memórias".

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