Dono de Porsche será denunciado por homicídio doloso

O promotor de Justiça Rogério Zagallo disse que vai denunciar (acusar formalmente) o engenheiro Marcelo Alves de Lima, 36, motorista do Porsche que atingiu o carro da advogada Carolina Menezes Cintra Santos, 28, por homicídio doloso (com intenção de matar). O acidente ocorreu no último dia 9 de julho. Ela morreu na hora.

"O dolo eventual [quando a pessoa assume o risco de matar] está claro, pela velocidade do carro", afirmou. À polícia, Lima negou a alta velocidade e disse que acelerou após ver "pessoas estranhas" na rua e ficar com medo de ser assaltado. O inquérito já está com o Ministério Público, mas o delegado responsável pelo caso pediu um prazo para anexar laudos técnicos --entre eles, o que vai apontar qual era a velocidade do carro no momento do acidente.

O acidente ocorreu no Itaim Bibi (zona oeste de SP), quando o Porsche do engenheiro se chocou com a Tucson de Carolina, que furou o sinal, segundo a polícia.

O engenheiro não foi submetido ao teste do bafômetro, mas testemunhas disseram que ele aparentava estar alcoolizado. Policiais informaram que a primeira reação de Lima no local foi telefonar para um amigo advogado.

Um perito do Instituto de Criminalística disse à polícia que o engenheiro guiava a 150 km/h. O advogado do engenheiro, Celso Vilardi, estuda contratar um perito particular para contestar a informação de que ele estava em alta velocidade. 'Na distância percorrida por ele, 200 metros, não dava para desenvolver essa velocidade.' Para o advogado, houve glamourização do caso devido ao carro em que o engenheiro estava e pelo fato de a vítima ser uma jovem bonita com uma promissora carreira.

O Porsche, avaliado em R$ 600 mil, foi adquirido um mês antes do acidente. O acusado disse que pagaria quatro parcelas de R$ 80 mil para quitá-lo. O carro não tinha seguro e registrava uma multa por excesso de velocidade --andava a 86 km/h em via com máxima de 80 km/h.