'Ele pensou que ia morrer e deixar os filhos à toa'

Operário atravessou "toldo" de proteção durante

queda. (Foto: STICCRMF/Divulgação)

  A irmã do operário Francisco Moreira dos Santos, 41 anos, diz ter ouvido dele no hospital que só sobreviveu à queda do 5º andar de um prédio em construção porque foi "aparado" por uma espécie de toldo. "Ele pensou que ia morrer mesmo e deixar os filhos à toa, sem ter como se sustentar", relata Luciana Moreira.

Luciana explica que ficou responsável pelo operário que ele mora sozinho em Fortaleza. Segundo ela o operário não teve condições de trazer a família do município de Trairi, litoral oeste do Ceará. Moreira teria vindo para Fortaleza, de acordo com a irmã, pela oportunidade de emprego há seis meses, deixando a mulher e os três filhos na terra natal.

A irmã diz que perguntou ao irmão como aconteceu o acidente e que ouviu dele que estava se sentindo seguro pois estava com todos os equipamentos exigidos. "Ele disse que um ferro onde ele amarrou a corda quebrou e desabou. Ele estava equipado. Estava com cinto, com colete", relata. Mas garantiu que o operário isenta de culpa a empresa na qual trabalha e tentou acalmar a família. "Ele diz que é perigoso mesmo trabalhar com altura", afirma.     Com a queda, o operário está com politraumatismo, com duas costelas quebradas segundo a irmã. Luciana afirma que empresa e o sindicato da categoria estão acompanhando de perto o caso de Moreira, mas que a preocupação agora que o "susto" passou é outra. "Ele ia subir de cargo, ter aumento de salário. Mas aconteceu isso e a gente não sabe", pondera.

Francisco Moreira estava no trabalho, namanhã de terça-feira (23), quando caiu de uma altura de 15 metros e foi encaminhado ao hospital Instituto Dr. José Frota (IJF). A irmã conta que o quadro do operário permanece estável, mas que continua com vômitos e muitas dores. "Ele está consciente, reconhece a família. Agora, quem está com ele é a esposa", afirma.