Enchente paralisa administração e comércio de Franco da Rocha

Enchente paralisa administração e comércio de Franco da Rocha

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:01

A chuva forte dos últimos dois dias combinada com a abertura das comportas da Represa Paiva Castro para dar vazão à água represada deixaram a cidade de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, quase que completamente paralisada nesta quarta-feira (12).

O Centro do município estava completamente alagado nesta manhã, deixando comércio e a maior parte dos prédios da administração municipal cercados pela água, sem qualquer acesso. A linha de trem da CPTM que leva a Caieiras, também na região metropolitana, foi tomada pela água, e o serviço, paralisado. O acesso pelas rodovias também é difícil – há pontos de alagamento em alguns acessos à cidade.   Os prédios da prefeitura, do Fórum e da Câmara Municipal foram tomados pela enchente. As ruas próximas a eles têm pelo menos um metro de água. Em uma delas, é possível ver um ônibus parado em meio ao alagamento, que transformou o Centro do município em um lago. Um viaduto que dá acesso ao local foi bloqueado para carros e virou ponto de observação dos moradores curiosos e desolados com o que se transformou a cidade.   Na mesma região, uma escola e um supermercado também foram fechados. No estabelecimento comercial, funcionários foram levados de bote pela Defesa Civil nesta manhã para tentar desligar geradores e salvar algo. Pouco depois, foram retirados do local, também de bote. Os agentes que faziam o transporte andavam com água pela cintura.

Quem acumula mais problemas são os comerciantes – alguns tiveram seus imóveis alagados e não podem funcionar, perdendo dinheiro. Ilhado com água subindo pela rampa de sua oficina de carros, o comerciante Giovani Zampolli, de 36 anos, estima um prejuízo de R$ 10 mil por estar parado desde a manhã de terça-feira (11). Seus funcionários foram trabalhar, mas não há como fazer o serviço: ferramentas não chegam, assim como os clientes.

“Estou com 14 carros parados aqui, sem ter o que fazer. Quando começou a encher, de segunda para terça, tiramos todos os carros que estavam funcionando e colocamos mais no alto. Só estão aqui os que não funcionam mesmo”, contou ele. “Todos os clientes ligam constantemente, preocupados de entrar água. Mas não tem o que fazer”, explicou o comerciante. O alagamento chegou a atingir a oficina, mas em pequena quantidade, já que o local fica um pouco mais alto que o nível da calçada.

Zampolli relatou ter recebido mais de dez chamadas apenas nesta terça para socorrer carros com problemas por causa da enchente, mas não pode fazer o serviço pois não tem como sair de sua oficina. Segundo ele, todos os verões a região sofre com enchentes, mas a água geralmente baixa rápido, em cerca de duas horas. “Desta vez está mais prolongado, por causa da abertura da barragem. A água não escorre, o rio que normalmente tem correnteza está parado.”

Ao lado da oficina fica a loja de aluguel de equipamentos para construção civil do comerciante Paulo Roberto Gomes, de 52 anos. Ele também relata os prejuízos. “Clientes de outras cidades estão ligando pedindo equipamentos, mas não consigo tirar daqui. E quem quer devolver também não consegue, já avisei que nem precisa tentar trazer. Hoje meus funcionários ligaram e falei que nem precisava vir trabalhar, não tem como”, afirmou ele, que estima um prejuízo de R$ 8 mil por dia.

Até a manhã desta quarta, não havia registro de mortos e feridos em decorrência dos alagamentos. Equipes da Defesa Civil e dos bombeiros estão percorrendo as ruas alagadas para resgatar pessoas que ficaram ilhadas.

Em comunicado publicado nesta terça no site da Prefeitura, foi informado que a Defesa Civil estadual notificou a prefeitura sobre a necessidade de dar vazão às águas da Represa Paiva Castro, cujo nível se elevou rapidamente. Por isso, a prefeitura começou a tomar as medidas necessárias para evitar maiores problemas.    

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