Família de idosa entra na Justiça para conseguir vaga em UTI no Rio

A família de uma idosa de 75 anos precisou entrar na Justiça para conseguir uma vaga em uma UTI no Rio. Foram semanas de angústia e peregrinação até conseguir atendimento. Desde o início de outubro, a idosa passou a sentir dores fortes no abdômen.

A busca por assistência médica começou em Mesquita, na Baixada Fluminense, cidade onde mora a família.

"Começamos a peregrinação com ela, até que fomos em UPAs, fomos em hospitais, não tinha vaga", disse o filho da idosa, Aldecir Aquino.

No dia 18, ela foi internada na Santa Casa, no Centro do Rio, onde os médicos informaram que seu estado de saúde era grave e que ela precisava de um atendimento adequado em outra unidade que tivesse um UTI. Segundo a família, o hospital tentou um leito na central de regulação, mas não obteve sucesso.

Os familiares da idosa chegaram a procurar três vezes a Justiça para conseguir sua transferência para um hospital com UTI, mas a decisão só foi cumprida na manhã deste domingo (23), quando ela foi transferida para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, na Zona Sul.

A direção do Miguel Couto informou que a Central de Regulação Municipal só recebeu o pedido de vaga no domingo. E, em menos de 24h, a paciente foi transferida para a unidade, onde foi submetida a uma cirurgia para tratamento de perfuração intestinal. Segundo os médicos, ela respira com a ajuda de aparelhos e o estado da paciente é estável.

Já a família da idosa disse que ela está em uma sala de ventilação no setor de emergência e ainda não foi para a UTI, pois não há vagas.

De acordo com a Secretaria de Saúde, existe uma fila para a ocupação de leitos de UTI, independetemente da existência de mandado judicial e a ocupação é definida por critérios técnicos e organizada pela central de regulação. Ainda segundo a Secretaria, há um número limite desses leitos na rede e a fila tem que ser respeitada.