O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão foi condenado no início da madrugada deste sábado, 1º de maio, em Belém, a 30 anos de prisão por envolvimento na morte da missionária Dorothy Stang.
Ele foi acusado de ser um dos mandantes do assassinato ocorrido em fevereiro de 2005. Ainda cabe recurso.
O julgamento começou na manhã de sexta-feira (30). Ao todo, segundo o Tribunal de Justiça do Pará, seis testemunhas foram ouvidas. As demais foram dispensadas. Um vídeo produzido pelo Ministério Público, que simula o que teria ocorrido no dia da morte da missionária Dorothy Stang, foi exibido aos jurados antes do interrogatório de Galvão.
De acordo com o TJ, Galvão falou durante mais de duas horas, respondendo a perguntas de sua defesa, e negou envolvimento na morte da missionária. Ele teria se recusado a responder às perguntas da promotoria.
Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como 'Taradão', foi acusado de envolvimento em homicídio duplamente qualificado. "As qualificações são a promessa de pagamento para quem executasse a vítima e o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima", explicou o promotor Edson Cardoso de Souza ao G1. O crime teria sido encomendado a um valor de R$ 50 mil.
O assassinato
A missionária norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA). Segundo a Promotoria, ela foi assassinada porque defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram reivindicadas por fazendeiros e madeireiros da região.
A acusação sustentou a tese de que Regivaldo foi um dos mandantes do crime, ao lado de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado, em abril de 2010, a 30 anos de prisão. Regivaldo era dono da fazenda onde Dorothy Stang foi assassinada, mas vendeu a propriedade a Bida antes do crime. O promotor afirmou que os dois mantinham uma parceria na época do crime.
Segundo o advogado Jânio Siqueira, a defesa de Regivaldo se baseou no argumento de que não existem provas que confirmem que o fazendeiro tenha sido um dos mandantes do crime.
Outros quatro acusados de participação no caso, Rayfran das Neves Sales, Clodoaldo Carlos Batista, Amair Feijoli da Cunha e Vitalmiro Bastos de Moura, foram julgados e condenados a penas que variam de 17 a 30 anos de reclusão.
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