Greve de professores é parcial em alguns Estados

Greve de professores é parcial em alguns Estados

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:14

iG São Paulo

Em parte do País, docentes optaram por realizar seminários e passeatas para cobrar o pagamento do piso salarial

A adesão à greve de professores convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) para começar nesta quarta-feira, dia 14, foi apenas parcial em alguns Estados brasileiros. Em outros, os docentes participaram de passeatas e seminários para discutir reivindicações, mas não deixaram de dar aulas. A paralisação está marcada para ocorrer até sexta-feira, dia 16, e tem o objetivo de cobrar o pagamento do piso nacional de R$ 1.451 aprovado em lei. Ministro: “A valorização do professor começa pelo piso”, diz Mercadante
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Em São Paulo, apesar de o governo pagar a remuneração mínima exigida, os professores protestam contra a forma como assegura que um terço da jornada de trabalho seja destinado a atividades extraclasse. Desde janeiro, cada aula tem 50 minutos e o intervalo de 10 minutos até a próxima sessão conta para as atividades extraclasse. Entretanto, para a Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), esse período é destinado à mudança de salas de aula e atendimento a alunos. A Secretaria Estadual de Educação informou que aproximadamente 5% dos professores não compareceram às aulas nesta quarta. Já a Apeoesp diz que um terço dos docentes aderiu à greve nacional.

Parte dos professores das redes estadual de Minas e municipal de Belo Horizonte também aderiu à paralisação nacional. Em Belo Horizonte, 17 escolas ficaram fechadas, apenas com pessoal administrativo, e os outros 169 estabelecimentos da rede municipal de ensino tiveram funcionamento normal ou parcial. A Secretaria de Estado da Educação não informou como a paralisação afetou as aulas, mas garantiu, por meio de nota, que as escolas vão permanecer abertas, "garantindo o direito à merenda, refeição fundamental para muitas dessas crianças, e o acolhimento dos alunos no espaço escolar". Segundo o governo, o transporte escolar também vai ser mantido nos três dias de paralisação.

Durante o dia, os professores fizeram manifestações em frente à sede da Secretaria Municipal de Educação (SME) e no centro de Belo Horizonte. Quinta-feira está previsto novo protesto, desta vez em frente à Assembleia Legislativa do Estado.

Na capital do Rio de Janeiro, ocorreu uma manifestação na Cinelândia, região central da cidade. Além das reivindicações do movimento nacional, os servidores estaduais Rio pedem reajuste de 36% e a incorporação do Nova Escola, programa do governo do estado que paga gratificações a professores e funcionários de apoio ao magistério. Já os servidores municipais querem 20% de aumento e o fim da meritocracia, que prevê pagamentos adicionais no cumprimento de metas estipuladas pela prefeitura.

No estado do Rio, as atividades foram suspensas por apenas 24 horas e voltam ao normal nesta quinta-feira. A Secretaria Estadual de Educação informou, por meio de sua assessoria, que nenhuma escola ficou fechada e que a rotina dos alunos não foi alterada. Já a Secretaria Municipal de Educação não se manifestou.

Greve mesmo com piso
Mesmo recebendo o piso salarial, parte dos professores da rede estadual de Pernambuco aderiram à greve pelo cumprimento da lei nacional do salário base. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Pernambuco (Sintepe), Heleno Araújo, diz que “a luta nacional não é unicamente pelo piso, mas pelo repasse de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional para a educação”. O secretário estadual, Anderson Gomes, não vê motivo para a paralisação e anunciou que os professores grevistas terão os dias descontados nos salários.

Em Brasília, onde os professores estão no terceiro dia de uma paralisação por tempo indeterminado, os grevistas fizeram um ato público em frente à residência oficial do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Segundo informações da Polícia Militar, cerca de mil professores compareceram à manifestação que fechou a via marginal da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), sentido Brasília, até as 12h.

Para representantes do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), a solução para o final da greve estaria no repasse do Fundo Constitucional – recursos federais que são destinados ao governo local para custear, integralmente, os gastos com segurança pública e, parcialmente, as despesas com saúde e educação. Os docentes alegam que os recursos não estão totalmente aplicados na folha de pessoal da educação, cabendo ao governo do Distrito Federal o remanejamento desses valores. Os professores do Distrito Federal têm o maior piso salarial do País (R$ 2,3 mil para quem tem diploma de licenciatura). Uma nova assembleia está marcada para terça-feira, dia 20.

Nesta quarta, professores de Curitiba decidiram iniciar uma greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam piso salarial de R$ 1.800 para jornadas de 20 horas semanais .

Sem paralisação
Em estados como Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Cuiabá, Pará, Pernambuco e Paraná, os professores não estão parados, mas realizam seminários e caminhadas.

Veja fotos de manifestações de professores:

Professores em greve no Brasil

 

Manifestação de professores realizada na praça da Cinelândia nesta quarta-feira

Foto: AE

 

Faixa de manifestação cita o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e sua secretária de Educação, Claudia Costin

Foto: AE

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Professores e servidores de escolas municipais de Curitiba (PR) iniciaram uma greve nesta quarta-feira (14) por tempo indeterminado

Foto: AE

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Com bexigas e cartazes, professores de Curitiba foram às ruas exigir piso salarial de R$ 1.800 para 20 horas semanais e um terça da garga horária fora da sala de aula

Foto: AE

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Em Recife, professores realizaram debate sobte o piso salarial do magistério no Teatro da OAB

Foto: AE

 

 

 


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