Água continua entrando em casas em Campos, diz Defesa Civil

Água continua entrando em casas em Campos, diz Defesa Civil

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:17

A água continua chegando lentamente à comunidade de Três Vendas , em Campos dos Goytacazes, na Região Norte Fluminense, na manhã desta sexta-feira (6). As informações são do secretário de Defesa Civil de Campos, Henrique Oliveira. Segundo ele, a tendência para as próximas horas é que a água que invadiu a comunidade se nivele com o Rio Muriaé.

Na manhã de quinta-feira (5), um dique se rompeu na rodovia , onde foi formada uma cratera de 20 metros, abrindo caminho para o transbordamento do Rio Muriaé.

“Ela (a água) nesse momento deve estar com dois metros de altura. Ontem eu saí de lá (Três Vendas) às 2h e já estava toda a localidade coberta pela água que continuava entrando na localidade”, disse o secretário. Essa era, inclusive, a expectativa da Defesa Civil para a manhã desta sexta, ao contrário da previsão inicial, de que as casas já tivessem sido atingidas às 16h desta quinta-feira . Quinhentas famílias fora de casa

De acordo com Oliveira, cerca de 500 famílias já foram retiradas de suas casas.  “Foram retiradas 500 famílias e outras saíram por conta própria, mas tem famílias que teimaram em ficar nas casas . Hoje nós vamos de barco para tentar tirar outras famílias de lá”, disse, ressaltando que a inundação pode afetar a estrutura de algumas moradias.

Ainda segundo o Oliveira, a água só deve sair da comunidade à medida que o nível do rio baixe. "É impossível tirar essa água de lá. Ela só sai depois que o rio baixar e eu ainda vou ter que bombear ela para fora."

Casal diz que vai sair

Na quinta-feira, quem mora em casas térreas aceitou a ajuda de bombeiros para carregar caminhões com móveis e seguir de mudança provisória para a casa de parentes ou para abrigos da prefeitura.

Casal com a filha de 11 meses nos braços foi para

estrada ver estragos de rompimento de dique em

Campos (Foto: Lilian Quaino/G1) Tatiana Pessanha, com a filha Jamile, de 11 meses, nos braços, e o marido Lucas Florbelis, olhavam, na quinta, o trecho da estrada rompido, e as águas que avançavam. "Viemos ver se é grave mesmo para ver se temos que sair de casa. Já vi que vamos fazer ter que sair sim. Mas vamos para casa de parentes num local mais alto", disse.

Em 2008, quando ainda não estavam casados, eles também tiveram de sair de suas casas por causa da enchente causada também pelo desmoronamento daquele trecho da estrada. Tatiana foi para casa de parentes e Lucas teve que acampar num morro até ser acolhido por um primo.

O dono de um bar bem na entrada de Três Vendas encheu um caminhão com mercadorias para sair do local que deverá ser alagado. A Prefeitura de Campos coloca pedras na entrada da comunidade para tentar conter a água do Rio Muriaé, que ameaça invadir o local após o rompimento de um trecho da BR-356.

Caminhão joga pedras para formar muro e tentar barrar avanço das águas de dique rompido (Foto: Lilian Quaino/G1) Risco de desmoronamento

Agentes da Defesa Civil disseram ainda que adiante do ponto onde ocorreu o rompimento da estrada existem mais três pontos de alto risco de desmoronamento, porque o acúmulo de água está causando assoreamento.

Segundo o vice-prefeito de Campos, Francisco Oliveira, em 2008, a estrada se rompeu no mesmo trecho e toda a comunidade teve de ser evacuada. "O Dnit recuperou o trecho e em dois meses os moradores voltaram. Agora ruiu de novo. Estamos aguardando a equipe do Dnit para saber quais serão as providências", disse.

Segundo o Dnit, a BR-356/RJ, no local da ruptura do corpo estradal, vem funcionando como um dique – sem nunca ter sido projetada para este fim. O órgaõ diz que recuperou o asfalto da rodovia – neste trecho - em 2010/2011, e foram instaladas manilhas que tinham como objetivo permitir a passagem de água de chuva e não dar vazão às águas da cheia do rio Muriaé.

Na quinta-feira, o Ministério da Integração Nacional e o governo do estado do Rio liberaram uma verba de R$ 40 milhões para construção um extravasor de cheias do Rio Muriaé, obra que será realizada no município de Laje do Muriaé, no Noroeste Fluminense. A obra, de acordo com o prefeito José Eliezer Tostes Pinto, vai acabar com as inundações na cidade e vai beneficiar diretamente cerca de 20 mil moradores.

Em Itaperuna, a prefeitura da cidade calcula que 5 mil pessoas estão desalojadas e outras 60, desabrigadas. Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, capitão Joelson Oliveira, a água subiu 1,3 metros acima do limite no Rio Muriaé.          

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