Juiz decreta prisão e manda a júri popular Mizael, ex de Mércia

Juiz decreta prisão e manda a júri popular Mizael, ex de Mércia

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:05

A Justiça de Guarulhos, na Grande São Paulo, decidiu, na tarde desta terça-feira (7), levar Mizael Bispo de Souza e Evandro Bezerra Silva a júri popular sob a acusação de assassinarem Mércia Nakashima, de 28 anos, em maio deste ano. Além de terem de sentar no banco dos réus para serem julgados pelo crime por sete jurados escolhidos entre pessoas da sociedade, o ex-namorado da vítima e o vigia também tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano, da 1ª Vara do Júri. O pedido havia sido feito pelo Ministério Público. Em outras palavras, os dois, que estão soltos por força de liminares, terão de responder ao processo presos.

A sentença do magistrado foi divulgada nesta terça pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de SP. Cabe recurso.  Os réus negam o crime.

Policiais civis foram, assim que decretada a prisão, até a casa e ao escritório de Mizael em Guarulhos, mas não tinham conseguido localizá-lo até as 17h30. Os advogados de Mizael e de Evandro foram procurados pela reportagem do G1 , mas não foram localizados.

Para o juiz Leandro Bittencourt Cano, há “indícios suficientes de autoria”, que são “evidenciados pelas provas oral e documental”, para que se decidisse pelo pronunciamento de Mizael Bispo e Evandro Silva. O magistrado relacionou, em sua decisão, ao menos 12 indícios da participação deles no crime.

Entre os mais indícios mais contundentes, o juiz cita que “Mizael foi visto entrando no veículo de Mércia momento antes do momento fatídico”, segundo uma testemunha;

que os encontros entre Mizael e Evandro “passaram a ser rotineiros nas proximidades do dia do crime”;

as “três confissões de Evandro com delação do comparsa, sendo uma delas filmada” e as outras colhidas na presença de um advogado;

o resultado da reconstituição que se baseou em depoimento de testemunha sigilosa esclareceu a dinâmica do crime;

“por meio dos cruzamento de dados telefônicos foram constatadas diversas ligações entre Mizael e Evandro no dia do delito”;

e a presença de “fragmentos de uma alga compatível com as represas de Nazaré Paulista”, onde o corpo de Mércia foi encontrada, “no sapato de Mizael”, bem como "partículas ósseas" e "substância hematóide".

saiba mais MP pede prisão preventiva de acusados de matar Mércia Justiça nega transferência do caso Mércia para Nazaré Paulista Sobre a decretação da prisão preventiva, o juiz  afirmou que esta "está satisfatoriamente fundamentada na garantia da ordem pública. Em sua explicação, o magistrado afirma que "a liberdade dos réus acarreta em risco de lesão à ordem pública". "Isto porque, segundo o que consta, a periculosidade daqueles resta evidenciada", concluiu.

Mizael tem 40 anos, é advogado, policial militar reformado, ex-namorado e ex-sócio de Mércia. Ele é apontado como o mentor do crime. Foi acusado de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Segundo o Ministério Público, ele matou a advogada por ciúmes, já que não aceitava o fim do relacionamento.

Evandro, 39 anos, trabalhava como vigilante em feiras livres para Mizael, e teria ajudado o advogado a cometer o assassinato. Ele responde por homicídio duplamente qualificado (emprego de meio insidioso ou cruel e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. De acordo com o promotor Rodrigo Merli Antunes, o vigia foi denunciado como partícipe porque sabia das intenções homicidas de Mizael e aceitou colaborar com a prática do crime.

Desaparecimento

Mércia desapareceu da casa dos avós em Guarulhos, em 23 de maio, quando saiu de carro. Após a denúncia feita por um pescador, o veículo e o corpo dela foram encontrados por bombeiros em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, nos dias 10 e 11 de junho, respectivamente.

Não é a primeira vez que Mizael e Evandro têm a prisão decretada pela Justiça. O mesmo juiz chegou a determinar a preventiva deles em 3 de agosto. O advogado chegou a fugir e depois conseguiu a liberdade por conta de um habeas corpus do TJ-SP. O vigia chegou a ser preso em 9 de julho, quando afirmou que Mizael matou Mércia por ciúmes e falou que o ajudou a fugir da represa. Dias depois, revelou numa carta ao G1 que foi torturado por policiais para confessar um crime que não cometeu. Os desembargadores revogaram a prisão de Evandro em 9 de agosto.

  Do G1 SP, com informações da TV Globo  

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