Os impactos sociais gerados pela construção das usinas hidrelétricas no rio Madeira começam a ser contabilizados pelo Juizado da Infância e Juventude de Porto Velho como o aumento da prostituição, abuso sexual, cárcere privado, corrupção de menores, entre outros. O aumento da população e a falta ou ineficácia de políticas públicas voltadas à proteção de crianças e adolescentes estão entre as causas do crescimento das demandas a serem combatidas pelo Comissariado de Menores da Capital.
O juiz da Vara de Infância e Juventude, Dalmo Antônio de Castro Bezerra, lembrou que Rondônia vive seu quarto ciclo econômico e as consequências do desenvolvimento repentino aumentam a preocupaçãodo Juizado como um todo.
Ele ressaltou que os trabalhos têm sido intensificados e nos dois últimos meses foram realizadas cinco operações nas proximidades dos canteiros de obras em parceria com as Polícias Federal, Rodoviária, Militar e Civil.
O juiz observou que o problema precisa ser combatido de forma urgente por todas as esferas do poder público e da própria sociedade. "Temos que contar com a ajuda da população, por meio de denúncias. Nossa equipe está empenhada para combater as redes criminosas organizadas", explicou o juiz.
Operação
Megas operações estão sendo montadas para desarticular os prostíbulos nas imediações das usinas", foi o que afirmou o coordenador do Comissariado de Menores, Raiclin Lima da Silva, revelando que há relatos de que trabalhadores chegam a gastar todo o salário numa única noite e que houve um crescimento de aproximadamente 400% em estabelecimentos comerciais de Jaci-Paraná, localizado a 80 quilômetros de Porto Velho, na BR-364, sentido Rio Branco (AC).
Atualmente, segundo Raiclin, residências são transformadas em quartos de aluguéis e lan house em prostíbulos. "Nas últimas operações foram fechados estabelecimentos comerciais, encontradas armas de fogo e toda área foi mapeada para otimizar nossas ações", salientou o comissário, destacando a preocupação das autoridades da área.
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