Justiça Federal condena dupla por tráfico internacional de pessoas

Um administrador e uma cabeleireira transexual foram condenados a mais de 5 anos de prisão pela Justiça Federal de Jales, no interior de São Paulo, pelos crimes de tráfico internacional de pessoas e rufianismo (exploração da prostituição), segundo o Ministério Público Federal. Eles teriam financiado as viagens de cinco brasileiras para trabalharem como prostitutas na Itália – e ficariam com o dinheiro dos programas.

A decisão da juíza federal Karina Lizie Holler é de 9 de maio, mas foi divulgada pelo Ministério Público Federal nesta segunda-feira (30). A pena do homem é de 5 anos, 8 meses e 21 dias de prisão em regime fechado, mais 40 dias-multa. A transexual, que mora em Roma, na Itália, foi condenada a 5 anos e 4 meses, também em regime fechado, mais 65 dias-multa. Os dois podem recorrer da sentença em liberdade.

A acusação dizia que o administrador aliciava as jovens na região de Jales e a transexual administrava o esquema na Europa. Ela mandaria dinheiro para o Brasil para que as passagens das mulheres fossem compradas. Segundo o MPF, cada jovem levava mil euros para que passassem como turistas no controle de imigração italiano. Depois, o dinheiro era devolvido à acusada, ainda de acordo com a denúncia.

O MPF diz que a transexual pagava hospedagem, alimentação, telefone e uma remuneração fixa às jovens, que repassavam o dinheiro dos programas para ela. O lucro era dividido com o suposto aliciador no Brasil. As conversas dos acusados foram monitoradas, com autorização judicial, durante o ano de 2007. A transexual chegou a ser presa ao desembarcar no Brasil em 2010, mas foi solta após prestar depoimento à Justiça.