A viúva do escritor português José Saramago, Pilar del Río, anunciou nesta terça-feira (14) que lançará em 2012 um romance incabado em que Saramago trabalhava quando morreu, em 18 de junho de 2010.
Após publicar "Caim", o escritor começou uma nova obra sobre a indústria armamentista e o tráfico de armas, que havia intitulado "Alabardas, alabardas! Espingardas, espingardas!", verso do poeta e dramaturgo português Gil Vicente.
Nesta semana, Pilar participará de vários atos para lembrar a figura do escritor no primeiro aniversário de sua morte.
O principal acontece no sábado (18), em Lisboa, quando suas cinzas serão depositadas em frente ao Rio Tejo e diante da sede da Fundação José Saramago, presidida por Pilar.
Na noite desta terça, a Casa da América de Madri será cenário da leitura dramática "Vozes de mulher na obra de Saramago", que contará com a participarão da própria Pilar e das atrizes espanholas Aitana Sánchez Gijón, Pilar Bardem e Pastora Vega, além da dançarina de flamenco María Pagés.
Como presidente da Fundação e, "sobretudo, como cúmplice de Saramago e militante do mesmo corpo de ideias", Pilar procurou "manter e respeitar" a posição que ele defendia como cidadão e como intelectual.
"Não podemos passar a responsabilidade a outras pessoas. Não vão ser as cúpulas de poderosos que vão solucionar nossa vida e resolver nossos problemas", afirmou a viúva de Saramago, que teve que conter a emoção em vários momentos da entrevista.
"Somos nós cidadãos que devemos ter coragem, ir para a rua, gritar, desmantelar, construir. Esse era o projeto de Saramago, mas também é o meu", afirmou.
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