Maior reservatório de água do RJ atinge volume morto, diz ONS

Nível do Rio Paraibuna caiu a zero nesta quarta e hidrelétrica foi desligada. Outros três reservatórios abastecem o estado do Rio de Janeiro.

Fonte: globo.comAtualizado: quinta-feira, 22 de janeiro de 2015 às 18:04
crise de água
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O nível do reservatório de Paraibuna – o maior de quatro que abastecem o estado do Rio de Janeiro – atingiu o volume morto nesta quarta-feira (21). De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a usina hidroelétrica foi desligada após a água atingir nível zero.

O estado do Rio é abastecido por quatro reservatórios de água: o Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil. Todos ficam dentro de hidroelétricas e armazenam água do Rio Paraíba do Sul – que passa por São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.De acordo com o boletim diário do ONS, o nível dos reservatórios de Santa Branca, Jaguari e Funil está em 0,65%, 2% e 4,15%, respectivamente.

O Rio Paraíba do Sul também abastece a capital e Região Metropolitana do estado, através de uma transposição para o Rio Guandu – administrado pela Cedae – na altura do município de Barra do Piraí, no Sul Fluminense. A Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) não informou, até as 14h50, se a falta de água no reservatório do Paraibuna pode afetar a operação do Guandu e disse que o assunto é de responsabilidade da Secretaria de Estado de Ambiente. 

No fim do ano, a Agência Nacional de Àguas (ANA) disse que já considerava autorizar a captação de água do volume morto dos reservatórios do Rio Paraíba do Sul. Ainda assim, a Cedae garantiu que o abastecimento na Região Metropolitana do Rio não vai ser afetado por essa medida. Segundo o presidente da Cedae, Wagner Victer não haverá racionamento no Rio.

Em dezembro, o volume útil médio dos reservatórios do Rio Paraíba do Sul no Rio de Janeiro chegou a cair para 3%, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). O nível é considerado muito baixo por técnicos da companhia e caiu mais da metade em um mês (era de 6,8% em novembro).

Se comparado com anos anteriores, os dados da ANA são ainda mais significativos. Em outubro de 2013, o volume médio era de 48,2%. O nível chegou a 80,8% em 2009.

Transposição Paraíba do Sul
Em meio à crise da falta d'água, os governadores de São Paulo,  Geraldo Alckmin (PSDB); do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB); e o então de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho (PP), fecharam um acordo no dia 27 no Supremo Tribunal Federal (STF) para dar início a obras de infraestrutura a fim de reduzir os efeitos da seca.

Pelo acordo, mediado pelo ministro do STF Luiz Fux, os três estados devem apresentar até 28 de fevereiro propostas para o enfrentamento da crise de falta d'água. Uma dessas propostas é a transposição do Rio Paraíba do Sul, cuja bacia abrange áreas dos três estados.

A transposição é um projeto do governo paulista que pretende desviar água do rio para abastecer o Sistema Cantareira, que enfrenta uma crise hídrica por conta da estiagem no Sudeste. O Rio de Janeiro era inicialmente contrario à obra porque a bacia do Paraíba do Sul abastece diversos municípios do estado, incluindo a região metropolitana da capital fluminense.

Os governadores e representantes dos órgãos responsáveis pelos estudos técnicos ambientais se comprometeram, no acordo assinado após a audiência, a não realizar obras sem o consentimento de todas as partes envolvidas. Os governadores se comprometeram a respeitar, nas obras, estudos de impacto ambiental e realizar ações de compensação ambiental.

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