Março começa seco e Cantareira completa 5 dias com nível em 11,7%

Reservatórios receberam apenas 3,4% das chuvas previstas para o mês. Três sistemas voltados à Grande SP caíram e dois subiram.

Fonte: globo.comAtualizado: sexta-feira, 6 de março de 2015 às 19:45
reservatórios de São Paulo
reservatórios de São Paulo

O nível do Sistema Cantareira ficou estável nesta sexta-feira (6) e segue em 11,7% há cinco dias, segundo boletim divulgado pela Sabesp.  A última vez que os reservatórios subiram foi no dia 2.

Ao contrário de fevereiro, este mês começou seco no sistema. A precipitação acumulada em março é de 6,1 mm, 3,4% dos 178 mm esperados até o dia 31.

O reservatório, que abastece 6,2 milhões de pessoas, recebeu apenas 2,4 milímetros desde a manhã de quinta-feira (5). Entre os demais cinco sistemas voltados à Região Metropolitana, três tiveram queda no volume e dois subiram. Não choveu em nenhum deles, com exceção do sistema Rio Grande, onde a precipitação foi de apenas 0,2 mm. 

Fevereiro
O sistema Cantareira teve seu fevereiro mais chuvoso em 20 anos, com precipitação 61,9% acima da média histórica para o período, segundo a Sabesp. O conjunto de represas subiu 5,1 pontos percentuais e fechou o mês em 11,4%, melhor desempenho do sistema desde o começo da crise, em janeiro de 2014.

Segundo a Sabesp, choveu 322,4 mm sobre o Cantareira. A última vez que houve tanta precipitação foi em fevereiro de 1995, quando choveu 388 mm

Até sexta (27), quando o nível ficou estável, com 11,4%, as represas vinham em uma sequência de 21 dias seguidos de alta no volume, que não caiu nenhuma vez em fevereiro.

Apesar disso, o conjunto de represas do Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo, conseguiu recuperar apenas o 2º volume morto neste mês de fevereiro. A reserva técnica foi adicionada em outubro e elevou o nível em 10,7 pontos percentuais, ou 105,4 bilhões de litros.

A elevação, porém, deu-se graças a uma operação de contingência, com menor retirada de água do sistema e redução da pressão na rede em São Paulo. Na prática, a a medida tem deixado parte da população sem água em determinados períodos.

Rodízio
Apesar do desempenho de fevereiro, a situação do sistema ainda é crítica, já que o período de chuvas termina em março. O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou acreditar que não será necessária a implantação de um rodízio de água na Grande São Paulo, mas a alternativa ainda não foi descartada.

"Minha percepção é que não será necessário fazer rodízio. Porque eu fiz contas de quanta água temos em estoque, de quais os cenários de quanta água pode chegar e de quanta água está saindo", afirmou, ressaltando não ser possível garantir que não haverá racionamento.

Segundo ele, as chuvas de fevereiro mudaram os prognósticos. O sistema Cantareira começou o mês com 5% da capacidade. As represas só terão recuperado a primeira cota do volume morto quando alcançarem 29,2% da capacidade.

Multa
A Sabesp começou a entregar neste mês contas de água com multa para quem excedeu a média do consumo. A sobretaxa na conta foi autorizada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) e a multa varia entre 40% e 100% para quem consumir mais água neste ano no comparativo entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014.

A multa foi de 40% para quem consumiu até 20% a mais do que a média do período anterior e a taxa foi de 100% para quem utilizou mais que 20%. A medida é válida somente na parte do gasto de água encanada, que representa metade do valor da conta. Os outros 50% são referentes ao serviço de coleta de esgoto.
 
 

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