Na terra do presidente, moradores votam na "mulher de Lula"

Na terra do presidente, moradores votam na "mulher de Lula"

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

Lançada na corrida eleitoral pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff atende por outro nome na cidade natal de seu padrinho político. Em Caetés, cidade localizada a 20 quilômetros de Garanhuns, no interior de Pernambuco, Dilma é a “mulher do presidente”. Novata na disputa presidencial, a candidata do PT é associada pelos caeteenses como a escolhida do Lula, mas seu nome ainda é pouco conhecido.

Lula nasceu em Caetés em outubro de 1945, na época distrito de Garanhuns, a 250 km de Recife. Em 20 de dezembro de 1963, o distrito tornou-se município autônomo, com território desmembrado de Garanhuns. Para os 26,3 mil habitantes de Caetés, Lula é o “filho ilustre da cidade”.

Neste ano, pela primeira vez desde 1989, Caetés, que tem como prefeito Aércio Noronha (PSB), não terá um representante na corrida presidencial. Uma das principais estratégias da campanha petista, no entanto, é colar Dilma às realizações de governo para render dividendos eleitorais à candidata.

“É muito triste não ter como votar nele. Mas eu sei que ele volta. Por isso vou votar naquela mulher”, disse a agricultora Severina Fermenta Silva, de 42 anos. Questionada pelo iG sobre quem seria a “mulher”, Severina respondeu: “Agora eu esqueci. Mas é aquela que aparece na televisão de cabelo curtinho.”

Assim como Severina, outros moradores da cidade como a também agricultora Cícera Maria de Oliveira, de 54 anos, e Ana Clécia Bezerra, 24 anos, acreditam que seguir a indicação do presidente será positivo para o Brasil. O pecuarista Joselino Ferreira de Miranda , de 45 anos, no entanto, disse que se Lula apadrinhasse o principal adversário de Dilma, José Serra (PSDB), ou Marina Silva (PV), ele mudaria o seu voto da petista para os adversários. “Podia ser eu, você, qualquer pessoa. Se ele mandasse votar neste cachorro, eu votava. Mas mandou votar nesta mulher”, explicou.

O taxista Fernando Teixeira dos Santos, de 49 anos, diz acreditar que o presidente fez um bom governo e voltou suas políticas para o Nordeste. “Antes, a gente só comprava uma calça quando acabava a outra”, afirmou. Para outros, Lula ainda é o candidato do PT, mesmo o terceiro mandato sendo proibido. “É no Lula, né?’’, respondeu Nerivaldo Agostinho da Silva, de 57 anos, quando questionado sobre a escolha nas urnas em outubro. Corrigido pela reportagem, Nerivaldo disse: “ É verdade, é a Zilma”.

Na direção contrária, Liane Maria da Silva, 37 anos, está em dúvida. Com a filha Ruth no colo, ela disse que espera Dilma convencê-la de que merece o seu voto. “Eu acho que o Serra está melhor preparado, o projeto dele é mais interessante para mim. Mas vamos ver até lá”, disse.

Mobilização

Na principal praça da cidade, na avenida Luiz Pereira Junior, a concentração para ver o presidente Lula na última sexta-feira começou cedo. Faixas estendidas pela avenida davam as boas-vindas ao presidente, que cumpriu agenda oficial e eleitoral no Estado. Por volta das 16 horas, moradores de Caetés já se reuniam em grupos para comentar o evento da semana, no qual o presidente distribuiu mais de três mil computadores do programa Um Computador Por Aluno.

Na roda do motorista Delmiro Gomes de Almeida, 70, do vigilante Marcelo José da Silva, 46, do radialista Beto Silva, 35 e do agricultor Geraldo Alfredo dos Santos, a conversa girava em torno de política nacional e local. “Todo mundo aqui vota na mulé ( sic )”, disse Marcelo.

Questionado sobre o histórico da candidata, os caeteenses disseram que não conhecem Dilma, mas esperam que a petista, caso eleita, “siga os conselhos de Lula”. “A política é como futebol. É como se Lula fosse o Pelé para nós”, disse Marcelo. E Dilma? “Dilma vai aprender com o craque”, respondeu Delmiro.

Quem comanda a Prefeitura de Caetés é Aércio Noronha, do PSB. No caso da política local, no entanto, os moradores divergem sobre a gestão do socialista, apoiado pelo governador Eduardo Campos. “Acho que ele podia fazer mais pela cidade. Ele nunca está em Caetés. Mas a próxima eleição está aí para gente tentar mudar tudo. Agora, é só pensar na Presidência”

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