Bombardeada de críticas sobre seus tropeços no quesito fashion, a ex-ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, resolveu pedir a ajuda de profissionais de estilo para renovar seu guarda-roupa de campanha.
A preocupação teria partido do presidente Lula, que comentou com aliados a necessidade de modernizar as roupas da candidata.
Num primeiro momento, Dilma teria recusado a ajuda do ''esquadrão fashion'', mas acabou cedendo. Os resultados já são visíveis: em suas últimas aparições, ela deixou de lado os babados e os tons escuros e optou por looks clássicos e cores neutras.
''Dilma já tem um jeito sério, não precisa de uma roupa que ressalte ainda mais isso. É bom que ela se apresente com leveza'', afirma Mario Queiroz, estilista da São Paulo Fashion Week e diretor do Instituto Europeu de Design.
Para a pesquisadora Camila Toledo, presidente para a América Latina do birô internacional de tendências Style Sight, ocorre uma mudança importante no estilo das mulheres ligadas à política. ''O modelo Margaret Thatcher [ex-primeira-ministra britânica conhecida por seu visual e modos ''masculinizados''] acabou. As mulheres do meio político já começam a ousar mais, podem ser poderosas e femininas ao mesmo tempo'', afirma.
Camila acredita que os assessores de Dilma deveriam sugerir peças clássicas e pequenas ousadias, como broches e tecidos texturizados. ''Ela poderia usar peças atemporais de grifes consagradas como Prada e Marni''.
''Uma candidata deveria ter a liberdade de usar Chanel e Dior sem ser criticada por isso'', diz o estilista e consultor de moda Samuel Cirnansck.
A adoção de marcas famosas, porém, não é unanimidade. ''Acho que o PT está numa corda bamba, tentando passar uma imagem que dialogue com a elite sem deixar o povo de lado'', diz Queiroz.
Para o estilista, uma linha segura seria seguir o exemplo da primeira-dama americana Michelle Obama. ''Michelle usa roupas simples, misturando grifes famosas com lojas populares e apostando na praticidade'', diz o estilista.
Entre os que acreditam que Dilma poderia se beneficiar de um ''makeover fashion'', o editor de moda e stylist Paulo Martinez sugere uma terceira opção entre as grifes de luxo e as populares. ''Para evitar erros, a candidata pode pedir a seu stylist que encomende peças feitas sob medida''.
Por Vivian Whiteman / Valdo Cruz
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