Pessoa que torturou Dilma 'deve estar sendo torturada', diz Lula

Ao falar da trajetória política da presidente eleita Dilma Rousseff nesta terça-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que sua sucessora não é "uma mulher qualquer "e que depois de ser presa e torturada pela ditadura militar "deu a volta por cima" ao se tornar presidente da República.

Duas semanas depois de falar que os responsáveis por torturar Dilma estão sendo "torturados por dentro", Lula voltou a falar sobre o assunto. "Vejam o que é o destino, essa que alguns pensaram que teriam tirado da vida política, volta dando a volta por cima para ser presidente da República deste país. Certamente a pessoa que torturou ela deve estar sendo torturada nesse momento, não com chibatadas, não com choque, mas com a vergonha", afirmou Lula, em discurso durante a comemoração dos sete anos do Programa Bolsa Família, em Brasília.

Para Lula, Dilma terá, a partir de 1º de janeiro de 2011, o mesmo desafio que ele teve de convencer a sociedade de que um operário poderia governar o Brasil.

"O primeiro desafio nosso era convencer a sociedade de que um torneiro mecânico poderia governar esse país. Agora, nós temos que provar que valeu a pena, depois desse torneiro mecânico, quebrar todas as entranhas do preconceito nesse país e eleger a primeira mulher presidente da República", disse Lula.

Na visão do presidente, os torturadores do regime militar "achavam" que Dilma "nunca mais iria se meter com a política": "Não uma mulher qualquer. Uma mulher que, aos 20 anos, alguns imaginaram que poderiam tirá-la da luta. Prenderam e a torturaram achando que aquilo teria quebrado a espinha dorsal dela e que nunca mais ela iria se meter em política."

Segundo Lula, Dilma chega à Presidência "sem raiva e sem ódio", para governar com disposição e "para ser um exemplo de que a mulher entrou na política para nunca mais sair".

Sete anos do Bolsa Família

O Programa Bolsa Família foi lançado a partir do Programa Fome Zero, para auxiliar famílias com renda de até R$ 140.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 12,8 milhões de famílias são atendidas pelo programa que paga entre R$ 22 e R$ 200 por família, dependendo do rendimento e do tamanho da família. Ao todo são R$ 13,4 bilhões destinados a custear as ações do programa.

Por: Robson Bonin