PM lança programa para monitorar vítimas de violência doméstica

PM lança programa para monitorar vítimas de violência doméstica

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:16

A cada dia, pelo menos dois homens são presos em Minas Gerais por agressão a mulheres, totalizando 368 no primeiro semestre. Só em Belo Horizonte, são registradas entre 1,2 mil a ,1,5 mil ocorrências por mês. Com o desafio de se antecipar a um quadro de violência mais grave, sobretudo em situações de reincidência, a Polícia Militar lança nesta quinta-feira um serviço inédito de prevenção à violência doméstica. A ação prevê atendimento monitorado, com equipes indo à casa das vítimas.

Em muitos casos, agressões têm terminado em assassinato. O mais rumoroso neste ano é o da modelo Eliza Samudio, de 25 anos, que registrou queixa de sequestro e agressão contra o goleiro Bruno Fernandes de Souza, de 25, no fim do ano passado, no Rio de Janeiro, e, pouco mais de seis meses depois, foi novamente sequestrada e trazida para BH, onde desapareceu. De acordo com a Polícia Civil, ela estaria morta e o mandante seria o jogador.

Para a própria polícia, a morte da cabeleireira Maria Islaine de Morais, 31 anos, em 20 de janeiro, em Belo Horizonte, foi reveladora da banalização da violência: as câmeras gravaram o momento em que o borracheiro Flávio Willian Soares, 30 anos, invadiu o salão de beleza, no Bairro Santa Mônica, e a executou, com oito tiros.

Monitoramento

Desde 2008, a Polícia Militar vem fazendo um trabalho específico nessa área, quando 396 militares de atendimento comunitário, que funciona 24 horas por dia, foram treinados para o primeiro atendimento a esse tipo de vítima. Outros 48, de oito batalhões da capital, foram capacitados especialmente para o pós-atendimento, monitorando os casos reincidentes. Eles farão um levantamento prévio dos endereços das mulheres agredidas para um acompanhamento preventivo.

O programa também encaminhará a entidades que compõem a Rede de Enfrentamento à Violência contra a mulher, como Defensoria Pública, Delegacia de Mulheres, serviços psicológicos, centros de apoio e abrigos, setores responsáveis pela capacitação dos policiais. O Serviço de Prevenção à Violência Doméstica contra a Mulher será lançado às 9h30, no 13º Batalhão da PM, no Bairro Planalto.

Segundo a PM, estudos revelam que a violência doméstica atinge milhares de mulheres, independentemente da idade ou classe social. A maioria dos casos ocorre dentro de casa e os agressores são os maridos, companheiros ou pessoas conhecidas. “O objetivo do nosso serviço é criar um sistema que permita às vítimas de agressão doméstica achar uma forma de solucionar problemas graves de relacionamento que, em muitos casos, duram anos”, informa o Comando de Policiamento da Capital (CPC), da PM. Oito viaturas circularão com a inscrição Prevenção ativa à violência doméstica. Os testes ocorrem desde junho. Foram visitadas, nesse período, 400 residências, e atendendidas, pelo menos, 100 vítimas. Uma delas estará presente, nesta quinta-feira, para relatar seu drama e como ficou livre das agressões.

Em 2009, a Polícia Civil implantou o primeiro plantão 24 horas para atendimento à mulher agredida. A partir daí, houve cerca de mil prisões. E, num mutirão, após a execução da cabeleireira Maria Islaine, em janeiro deste ano, foram concluídos 2.307 inquéritos entre janeiro e julho. A maioria das ocorrências em Belo Horizonte, de acordo com a Divisão Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), é relativa a ameaça (50%), seguida de lesão corporal (30%). Cerca de 70% têm relação com abuso de bebida alcoólica.

Assassinada

Em Lagoa Santa, na Grande BH, a polícia segue à procura de um dono de restaurante acusado de matar e sumir com o corpo de uma funcionária de 14 anos, que teria engravidado. O homem, de 30 anos, foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público, por homicídio qualificado, aborto provocado por terceiro e destruição de cadáver. Ele teve a sua prisão preventiva decretada, mas está foragido. Segundo a denúncia, o crime ocorreu em setembro de 2009.  

Postado por: Thatiane de Souza

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