Renato Duque e mais 5 têm prisão preventiva decretada pela Justiça

24 pessoas foram presas na sétima fase da Operação Lava Jato, da PF. Onze presos que tiveram liberdade concedida foram soltos nesta terça (18).

Fonte: Globo.comAtualizado: quarta-feira, 19 de novembro de 2014 às 9:21
lava jato
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O juiz federal Sergio Moro decidiu, na noite desta terça-feira (18), que a prisão temporária do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e de mais cinco suspeitos fosse convertida para prisão preventiva e que 11 pessoas fossem colocadas em liberdade imediatamente. Todos foram soltos entre as 22h35 e as 23h desta terça.

Com a decisão da Justiça Federal do Paraná, a prisão preventiva, que ao contrário da temporária pode se estender por prazo indeterminado durante o processo, foi decretada para:

- Renato Duque (ex-diretor de Serviços da Petrobras)
- Ricardo Ribeiro Pessoa (presidente da UTC)
- José Aldemário Pinheiro Filho (presidente da OAS)
- Mateus Coutinho de Sá Oliveira (funcionário da OAS, em São Paulo)
- João Ricardo Auler (presidente do Conselho de Administração da Camargo Côrrea)
- Dalton Santos Avancini (presidente da Camargo Côrrea)

Já as 11 pessoas que foram colocadas em liberdade são:

-Valdir Carreiro (diretor-presidente da IESA)
-Othon Zanoide (diretor da Queiroz Galvão)
-Jayme de Oliveira Filho (sem empresa específica, ligado ao doleiro Alberto Youssef)
-Alexandre Barbosa (OAS)
-Walmir Santana (UTC)
-Ildefonso Colares (ex-diretor-presidente da Queiroz Galvão)
-Carlos Alberto da Costa e Silva (UTC)
-Otto Sparenberg (diretora da IESA)
-Newton Prado Junior (diretor da Engevix)
-Carlos Eduardo Strauch (diretor da Engevix)
-Ednaldo Alves da Silva (UTC)

Todos eles foram detidos na sétima etapa da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).

 
OPERAÇÃO LAVA JATO
PF investiga lavagem de dinheiro.

Estas 11 pessoas devem seguir algumas restrições impostas pelo juiz: eles estão proibidos de mudança de endereço sem prévia autorização judicial e de deixar o país. Elas também devem entregar os passaportes brasileiros e, eventualmente, de passaportes estrangeiros à Justiça no prazo de cinco dias, além de comparecer "a todos os atos processuais e ainda, perante a autoridade policial, MPF [Ministério Público Federa] e mesmo perante este Juízo mediante intimação por qualquer meio, inclusive telefone", diz um trecho da decisão. O descumprimento das medidas cautelares poderá causar a renovação da prisão cautelar.

O prazo das prisões temporárias dos 17 suspeitos se encerrava à meia-noite. Por essa razão,  juiz federal Sergio Moro teve que decidir nesta terça-feira pela conversão para prisão preventiva ou pela soltura.

Outros seis presos nesta fase da operação já tinham os mandados de prisão preventiva decretados desde sexta-feira. São eles:

-Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor-presidente da Área Internacional da OAS)
-Eduardo Hermelino Leite (vice-presidente da Camargo Correa)
-Erton Medeiros Fonseca (diretor presidente de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia)
-Gerson de Mello Almada (vice-presidente da Engevix)
-José Ricardo Nogueira Breghirolli (funcionário da OAS, em São Paulo)
-Sérgio Cunha Mendes (diretor-vice-presidente-executivo da Mendes Junior)

De acordo com a a Justiça Federal, eles permanecerão presos na carceragem da PF até que o juiz Sérgio Moro solicite a transferência deles para um presídio no estado do Paraná.

O lobista Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção que atuava na Petrobras, se entregou na tarde desta terça-feira na sede da Polícia Federal, na capital paranaense. O advogado dele, Mário de Oliveira Filho, afirmou na segunda-feira (17) que o cliente é usado como "bode expiatório" na operação Lava Jato. Baiano era considerado foragido da polícia.

Como ele se entregou apenas nesta terça-feira, o juiz vai se manifestar em relação a ele depois que o prazo da prisão temporária dele vencer, daqui cinco dias. A partir de então, a Justiça pode determinar a prorrogação da prisão da temporária, a conversão para prisão preventiva ou a soltura dele.

Uma pessoa continua foragida – Adarico Negromonte Filho (sem empresa específica). Ele é irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA).

Em nota, a defesa do ex-diretor da Petrobras Renato Duque informou que a prisão é “injustificada, uma vez que ele não é acusado de nenhum crime”. Além disso, conforme a nota, o engenheiro já prestou depoimento à Polícia Federal e se colocou à disposição para esclarecer outros fatos envolvendo as investigações sobre a Petrobras. A defesa ainda afirmou que entrará, na quarta-feira (19), com medidas legais para que Renato Duque consiga a liberdade.

Lava Jato
A operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Esta última fase da Lava Jato teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras, que apenas com a Petrobras mantêm contratos que somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob avaliação da Receita Federal, do Ministério Público Federal  e da Polícia Federal.

Ao todo, foram expedidos 85 mandados em cidades do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Distrito Federal.

Arte presos e soltos Lava Jato 18 11 2014 (Foto: Editoria de Arte/G1)

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