Represas que atendem a Grande SP estão com 15,23% da capacidade

Cantareira mantém nível pelo 6º dia, mas não recebe chuva esperada. Alto Tietê também tem estado crítico e está com 10,6% do volume.

Fonte: globo.comAtualizado: sexta-feira, 30 de janeiro de 2015 às 18:18
represa de Jaguari
represa de Jaguari

Um ano após o primeiro alerta feito pela Sabesp sobre a crise hídrica, em 27 de janeiro de 2014, os seis sistemas que abastecem a Grande São Paulo chegaram, nesta sexta-feira (30), a 15,23% de sua capacidade.

A conta compara o total que pode ser armazenado nos mananciais (1,87 trilhão de litros) e o volume existente no momento (284,77 bilhões). O nivel atual foi calculado com base no boletim divulgado às 9h pela Sabesp.

O Cantareira,  principal manancial, responsável pelo abastecimento de 6,2 milhões de pessoas, é o que está em pior situação. O  sistema manteve, pelo sexto dia seguido, 5,1% de sua capacidade útil, de 982,07 bilhões de litros.

Duas cotas do volume morto, captadas abaixo do nível usual, foram bombeadas para a superfície, mas os 287,5 bilhões de litros adicionais não compensaram a falta de chuvas.

O Cantareira recebeu até esta sexta apenas 54,52% dos 271,1 milímetros previstos os 31 dias de janeiro. Com isso, este deve ser o 12º mês desde janeiro do 2014 em que o reservatório fica abaixo da média histórica, o que deve ocorrer até abril. A previsão é do Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério de Ciência e Tecnologia.

A última vez em que o Cantareira subiu foi no dia 26 de dezembro de 2014. De lá para cá, se manteve estável ou perdeu mais água do que recebeu. A última sequência de quedas, entre 12 e 25 de janeiro, foi a terceira maior desde o início da crise hídrica, no começo do ano passado.

Outros sistemas
Entre os demais 5 sistemas que abastecem a Grande SP,  dois caíram, dois subiram e um permaneceu igual nesta sexta. Com exceção do Guarapiranga, que já bateu a média histórica de chuvas do mês, e do Rio Grande, que já recebeu 91,21% das chuvas, todos enfrentam enfrentam um janeiro seco.

Depois do Cantareira, o sistema em estado mais crítico é o Alto Tietê. O mancial, que também um volume extra de uma de suas represas, está com 10,6% do nível. Só choveu 37,51% do previsto para janeiro nos reservatórios.

Confira os níveis dos sistemas que atendem a Grande São Paulo:

Cantareira: permaneceu em 5,1%;
Alto Tietê:
 caiu de 10,7% para 10,6%;
Guarapiranga: subiu de 47,8%% para 48,25;
Alto Cotia: se manteve em 28,5%;
Rio Grande: caiu de 74,4% para 74,1%;
Rio Claro: caiu de 26% para 25,6%.

Balanço de 2014
Junto com o ano de 2014, terminou também o melhor mês do Cantareira no ano. Em dezembro, o nível do sistema baixou 1,5 ponto percentual. Foi o menor índice de queda mensal no ano. A maior baixa foi em fevereiro, quando o volume acumulado recuou 5,5 pontos percentuais.

Dezembro também foi o melhor mês em número de dias sem queda no nível do reservatório. Foram 11: em 8 deles o nível se estabilizou, e em outros 3 ele chegou a subir. Foi a única vez no ano em que o nível aumentou três vezes seguidas, dos dias 24 a 26. Nesse sentido, os piores meses foram junho, julho, agosto e outubro, quando o nível caiu todos os dias.

O Cantareira terminou 2014 sem recuperar 492 bilhões de litros de água perdidos durante os 12 meses. O ano começou com o nível do reservatório em 27,2% e terminou com 7,2%.

Porém, com a utilização das duas cotas do volume morto (a primeira elevou o manancial em 18,5 pontos percentuais e a segunda em 10,7 pontos percentuais) é como se os reservatórios tivessem iniciado 2014 com um volume acumulado de 56,4%. Assim, a queda foi 49,2% durante o ano. O número representa 492 bilhões de litros. De acordo com estimativas da Sabesp, o reservatório tem capacidade de armazenar 1 trilhão de litros, quando está com 100% do seu nível.

Segundo Sabesp, o sistema abastece atualmente 6,5 milhões de pessoas na Grande SP.

Multa
Depois de ser barrada na Justiça no dia 13, a sobretaxa na conta de água para quem aumentar o consumo voltou a valer no dia 14, após o governo vencer recurso contra a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).

A partir da conta de fevereiro, serão cobrados 40% de multa para quem consumir até 20% a mais do que a média entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. Quem ultrapassar 20% dessa média será multado em 100% sobre o gasto com água, que representa metade da conta. Os outros 50% são referentes ao serviço de coleta de esgoto.

Os sistemas que abastecem várias regiões do estado de São Paulo têm enfrentado quedas frequentes do volume de água armazenado devido à falta de chuvas. Na Grande São Paulo, os principais sistemas, Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga, são os mais afetados.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) negou que a medida seja uma multa ao consumidor. Ele define o ônus como "tarifa de contingência".

Com a medida, a multa será aplicada da seguinte maneira: um consumidor que, em média, gasta 10 m³ de água receberá conta 20% mais cara se utilizar entre 10,1 m³ e 12 m³ em um mês. Caso gaste acima de 12,1 m³, irá pagar 50% a mais. O consumidor que elevar o gasto passará a ser cobrado na conta de fevereiro.

Bônus
Entre fevereiro e outubro do ano passado, a companhia concedeu bônus de 30% na conta de clientes que economizassem 20% ou mais de água em relação à média de consumo entre dos 12 meses que vão de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.

A medida foi adotada para estimular a redução no consumo. Desde novembro, o desconto gradual passou a ser dado para os imóveis que reduzirem o consumo entre 10% e 20%. O desconto foi prorrogado até o fim de 2015.

O percentual será calculado com base na média de fevereiro de 2013 até janeiro de 2014. A média já aparece na conta dos consumidores. A meta do governo é reduzir 2,5 metros cúbicos por segundo de consumo.

 

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