Suplicy sugere inclusão do tema renda básica de cidadania em debates de presidenciáveis

Ao comentar artigo do economista e diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), João Sicsú, sobre a situação da distribuição de renda no país, publicado nesta quarta-feira (13) pelo jornal Folha de S. Paulo , o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu aos mediadores de debates entre os candidatos à Presidência da República a inclusão nos debates do tema da renda básica de cidadania.

Na avaliação de Suplicy, um programa de renda básica de cidadania, se implementado no Brasil - conforme o proposto na Lei 10.835/2004, de sua autoria - poderá se constituir num instrumento mais eficaz de redução de desigualdades sociais que as políticas atuais de distribuição de renda adotadas pelo governo federal, tais como o programa Bolsa-Família.

- A experiência concreta que existe, de 28 anos de pagamento de um dividendo anual a todos os habitantes, no estado do Alasca, nos Estados Unidos, fez com que aquele estado alcançasse a maior igualdade dentre todos os 50 estados norte-americanos e, portanto, trata-se de um instrumento que efetivamente leva à maior igualdade social - disse.

No artigo de João Sicsú, comentado por Suplicy, o economista do Ipea chama a atenção para uma tendência de melhoria dos índices de distribuição da renda funcional no Brasil ocorrida após o início do governo Lula. Sicsú considerou os aumentos reais do salário mínimo e a queda da taxa de juros ocorridos no período, como sendo as principais causas da melhora da distribuição da riqueza na sociedade brasileira.

Em aparte, o senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA) chamou a atenção para a importância do controle da inflação, possibilitado pelo Plano Real, na viabilização do programa Bolsa-Família. Ele lembrou também várias crises econômicas internacionais ocorridas durante os anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, que, em sua opinião, dificultaram a redução da miséria à época.