Ex-vocalista do Exaltasamba grava DVD em SP nos dias 4 e 5 de maio

'Só contribuímos, não mudamos o samba', diz Péricles

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:13

Entre 2003 e o começo de 2012, Péricles dividiu com Thiaguinho o peso de ser o líder doExaltasamba, antes de a banda anunciar uma pausa. Em suas carreiras solo, os dois cantores não parecem dividir as mesmas pretensões.
Em DVD gravado no mês passado, Thiaguinho focou em canções com um quê de R&B, apóster dito ao G1 que "mudou um pouco" a história do samba. Péricles, que grava sua estreia solo ao vivo nos dias 4 e 5 de maio, pensa diferente. "Tenho uma influência da bossa nova na maneira de escrever e cantar, mas com a batucada do samba", resume em entrevista ao G1. "Nós não mudamos o samba, só contribuímos. Nunca quisemos mudar nada."


G1 – O que você pretende com seu primeiro DVD solo?
Péricles – Eu vou fazer uma grande mistura com a música brasileira. O repertório que escolhemos para o DVD tem muitas das coisas de Carica e Prateado [ex-membros do grupo Sensação]. Muitas coisas que eles fizeram o Brasil ainda não conhece.


G1 – Por que decidiu regravar 'Amei'?
Péricles – Eu gosto muito dessa canção, do Sensação. Ela tem muito a ver com a música que eu quero defender, a harmonia mais rebuscada, fala de amor de uma forma muito bonita.


G1 – O Pinha faz parte da sua banda, como foi que rolou o convite?
Péricles – Na realidade, eu intimei o Pinha [que tocava repique de mão no Exaltasamba] a vir comigo para a estrada. Ele prontamente aceitou. Queremos estar juntos como sempre. É uma honra. Existe uma sintonia muito grande, mas não que não tenha com os demais. Existe um laço de amizade legal. Os outros estão tocando seus projetos. Eu fiz o Pinha mudar de ideia, ele tinha projetos paralelos.

G1 – O seu filho Lucas vai participar?
Péricles – Vai sim, mas não queria que ele cantasse, não queria forçar a barra... Ele tem que vencer pelos meios próprios. O DVD é para fazer com que ele entre para a carreira de vez. Não queria deixar na mente das pessoas a impressão de que esteja impondo isso.

G1 – Como você ficou quando percebeu que ele queria ser cantor?
Péricles – Foi aos 11 anos que ele demonstrou uma vontade grande de ser artista. Ele me mostrava esboços de letras, tinha boas ideias e era um bom cantor. Até que ele resolveu montar um grupo, o Filhos do Samba. Ele agora vai buscar uma carreira solo. É algo que me orgulha. Se ele é feliz desempenhando esse papel, para mim é um motivo maior de felicidade.


G1 – Para não banalizar, quanto tempo você acha que o Exalta tem que ficar sem se reunir para fazer um show de retorno, ou gravar um DVD?
Péricles – Eu não sei dizer. A volta [do Exaltasamba] seria melhor por enquanto não cogitar, por respeito aos fãs. É melhor esperar. Estamos ainda no início de um trabalho, tanto o Thiago, quanto eu. Tudo pode acontecer. Podemos voltar ou não voltar. Estamos dando toda a nossa vida e todo nosso sangue nesse novo projeto. Eu não tenho a preocupação de diferenciar o que fazia no Exalta e o que faço agora. Eu me dediquei ao Exalta, tinha muito de mim.

G1 – Você disse que no seu DVD vai buscar um som 'rebuscado'...
Péricles – Não tem nada a ver do jazz, tem uma influência da bossa nova na maneira de escrever e cantar, mas com a batucada do samba. São assim as músicas de Carica e Prateado. Carica é de São Paulo e Prateado é carioca, diretor musical da banda do Belo. Eles vêm embalando há 20 anos toda uma geração de sambistas. Eles influenciaram muita gente na maneira de produzir, compor, cantar. Eles faziam parte do Sensação e compuseram "Coral de anjos", "Oya". Tem muita coisa do Exalta, como "Em qualquer lugar", "Não dá mais".

G1 – Em entrevista ao G1, o Thiaguinho disse: 'Eu me sinto honrado em poder ter mudado um pouco a história do samba'. Você concorda?
Péricles – Nós não mudamos o samba, só contribuímos. Na realidade, ele contribuiu para essa nova fase. Isso acabou sendo meio distorcido... A maneira que foi dita a frase e como foi veiculada fez que as pessoas olhassem de outra forma. Nunca quisemos mudar nada. A intenção não é mudar, cada um tem que mostrar seu som, sua maneira de compor e agir.

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