Jorge Amado, tem seu centenário comemorado nesta sexta-feira

Jorge Amado, tem seu centenário comemorado nesta sexta-feira

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:11

Augusto Gomes

Autor de 23 romances, escritor é o brasileiro mais adaptado para o cinema e a televisão Jorge Amado, que tem seu centenário comemorado nesta sexta-feira (10), é um dos escritores mais populares do Brasil. Dono de uma obra extensa - 23 romances, além de memórias, contos, biografias e obras infantis -, o baiano é o segundo escritor brasileiro mais vendido de todos os tempos (com estimados 50 milhões de livros), atrás apenas de Paulo Coelho (140 milhões).

Retrato do escritor Jorge Amado em 1961
Foto: AE

O escritor Jorge Amado em sua casa, em Salvador, 1969
Foto: AE
Juliana Paes na versão de
Juliana Paes na versão de "Gabriela" de 2012
Foto: Divulga%C3%A7%C3%A3o/TV%20Globo
Jorge Amado assina o livro da Academia Brasileira de Letras (ABL) na ocasião em que tomou posse como membro da instituição, no Rio de Janeiro, 1961
Jorge Amado assina o livro da Academia Brasileira de Letras (ABL) na ocasião em que tomou posse como membro da instituição, no Rio de Janeiro, 1961
Foto: AE
Mauro Mendonça, Sônia Braga e José Wilker em
Mauro Mendonça, Sônia Braga e José Wilker em "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976)
Foto: Divulga%C3%A7%C3%A3o
Jorge Amado ao lado da atriz Sônia Braga durante as gravações de "Gabriela Cravo e Canela" em Parati, 1975
Jorge Amado ao lado da atriz Sônia Braga durante as gravações de "Gabriela Cravo e Canela" em Parati, 1975
Foto: AE
O músico João Gilberto entre o casal de escritores Jorge Amado e Zélia Gattai, em fotografia de 1981
O músico João Gilberto entre o casal de escritores Jorge Amado e Zélia Gattai, em fotografia de 1981
Foto: AE
O escritor Jorge Amado em sua casa na cidade de Salvador, na Bahia, 1996
O escritor Jorge Amado em sua casa na cidade de Salvador, na Bahia, 1996
Foto: AE
Sonia Braga e Marcelo Mastroianni em
Sonia Braga e Marcelo Mastroianni em "Gabriela, Cravo e Canela" (1983)
Foto: Divulgação
O escritor Jorge Amado em foto de 1996
O escritor Jorge Amado em foto de 1996
Foto: AE
O escritor Jorge Amado em Salvador
O escritor Jorge Amado em Salvador
Foto: AE
Juliana Paes em cena da minissérie
Juliana Paes em cena da minissérie "Gabriela" (2012)
Foto: Divulga%C3%A7%C3%A3o/TV%20Globo
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Jorge%20Amado%20ao%20lado%20da%20mulher%2C%20Z%C3%A9lia%20Gattai
Foto: AE
Imagem da adaptação cinematográfica de
Imagem da adaptação cinematográfica de "Quincas Berro D'Água" (2010)
Foto: Divulga%C3%A7%C3%A3o
Neta de Jorge Amado, Cecília Amado fala ao iG sobre o filme
Neta de Jorge Amado, Cecília Amado fala ao iG sobre o filme "Capitães de Areia"
Foto: George Magaraia
O filme "Capitães de Areia" é baseado no livro homônimo de Jorge Amado
O filme "Capitães de Areia" é baseado no livro homônimo de Jorge Amado
Foto: Divulgação
Juliana Paes como a protagonista da minissérie
Juliana Paes como a protagonista da minissérie "Gabriela" (2012)
Foto: Divulga%C3%A7%C3%A3o/TV%20Globo

Nascido no sul da Bahia em 12 de agosto de 1902, Amado publicou seu primeiro livro, "O País do Carnaval", em 1930. A partir de "Suor" (1934), seu nome tornou-se conhecido. Seguiram-se então os sucessos "Jubiabá" (1935), "Mar Morto" (1936) e "Capitães de Areia" (1937).

Suas primeiras obras tinham forte teor político e social, e tratavam de temas como o cotidiano de menores infratores ("Capitães de Areia"), o drama dos retirantes de seca ("Seara Vermelha") e a vida das classes baixas em Salvador ("Suor", "Jubiabá").

Sua atuação política não se limitou aos livros. Foi membro do Partido Comunista e, em 1945, elegeu-se deputado federal.

A partir da década de 1950, seus livros passaram a enfocar também o misticismo da Bahia e a sexualidade. São dessa época obras como "Gabriela, Cravo e Canela" (1958), "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1966), "Tenda dos Milagres" (1969) e "Tieta do Agreste" (1977).

Jorge Amado morreu em agosto de 2001, aos 88 anos. Na época, já havia sido traduzido em quase 50 idiomas e conquistado alguns dos mais importantes prêmios literários do planeta, como o Camões, em 1995.

Jorge Amado em livro
1. "Gabriela, Cravo e Canela" (1958)Escrito quando Amado já era um autor consagrado, o livro enfoca o machismo e a opressão da mulher através da história da sensual Gabriela.

2. "Capitães de Areia" (1937)Um relato brutal do cotidiano de um grupo de menores abandonados em Salvador, o livro provocou polêmica na época de seu lançamento por sua narrativa franca.

3. "Terras do Sem Fim" (1943)

Boa parte da obra de Amado se passa no sul da Bahia. Este livro é o que melhor retrata a economia do cacau, que enriqueceu a região no início do século 20.


Cena de
Cena de "Dona Flor e Seus Dois Maridos"
Foto: Divulgação


Jorge Amado no cinema

Até a estreia de "Tropa de Elite 2", em 2011, a maior bilheteria da história do cinema brasileiro era uma adaptação de uma obra de Jorge Amado: "Dona Flor e Seus Dois Maridos", dirigida por Bruno Barreto em 1976.
Barreto ainda dirigiria, em 1983, uma versão de "Gabriela, Cravo e Canela". No papel principal, a mesma estrela de "Dona Flor", Sonia Braga. Ao lado dela, o astro italiano Marcello Mastroianni, no papel de Nacib.
Antes, outros livros do escritor já haviam sido transformados em filmes (incluindo até uma versão em inglês de "Capitães de Areia", que virou "The Sandpit Generals" em 1971), mas nenhuma com tanto sucesso quanto "Dona Flor".
Os recordes de bilheteria do longa provocaram uma febre de adaptações. Em 1977, Nelson Pereira dos Santos dirigiu "Tenda dos Milagres" e, em 1979, o francês Marcel Camus (de "Orfeu Negro") assinou "Os Pastores da Noite". Nos anos 1980 e 1990, em compensação, a obra de Amado não teve sorte no cinema. "Jubiabá" (1986) é um dos piores filmes de Nelson Pereira dos Santos, enquanto a "Tieta do Agreste" de Cacá Diegues não chega aos pés da novela da Globo.
Mas, nos últimos anos, seus livros voltaram a ganhar força na telona. Primeiro, com o ótimo "Quincas Berro d'Água" (2010), de Sérgio Machado. Depois, com o "Capitães de Areia" (2011) dirigido por Cecilia Amado, neta do escritor.
A próxima produção da lista será "Velhos Marinheiros ou o Capitão de Longo Curso". Baseado no livro de mesmo nome de 1961, o filme traz o português Joaquim de Almeida no papel principal e tem estreia prevista para 2013.
As melhores adaptações:
1. "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976)
Segundo maior sucesso da história do cinema brasileiro, transformou Sonia Braga na principal estrela (e maior símbolo sexual) do cinema brasileiro.
2. "Quincas Berro d'Água" (2010)
Ótima comédia de Sérgio Machado (de "Cidade Baixa"), com Paulo José no papel do morto que é retirado do leito para uma última farra.
3. "Tenda dos Milagres" (1977)
Um bom trabalho de Nelson Pereira dos Santos, das obras-primas "Rio 40 Graus" e "Vidas Secas", com altas doses de sexualidade e sincretismo religioso.


Sonia Braga em
Sonia Braga em "Gabriela"
Foto: Reprodução


Jorge Amado na TV

No ano de seu centenário, Jorge Amado está na televisão: a série "Gabriela", com Juliana Paes, Humberto Martins e Antonio Fagundes nos papéis principais, é exibida atualmente na Rede Globo.
É a terceira adaptação do mesmo livro para a televisão. A versão de 1975, que transformou Sonia Braga na maior estrela do Brasil, é conhecida por todos - e faz a "Gabriela" atual passar vergonha.
Mas houve também uma adaptação em 1960, dirigida por Mauricio Sherman e com a hoje esquecida Janete Vollu como Gabriela.
Outras séries da Globo baseadas em livros de Amado são "Tenda dos Milagres" (1985), "Tereza Batista" (1992), "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1998) e "Pastores da Noite" (2002).
A obra do escritor também serviu de base para três novelas: "Terras do Sem Fim" (1981), "Tieta" (1989) - depois da "Gabriela" de 1975, a melhor adaptação de Amado para a televisão - e "Porto dos Milagres" (2001). A emissora ainda produziu, em 1978, o caso especial "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água", com Paulo Gracindo no papel principal.
Na Manchete, ainda houve a novela "Tocaia Grande" (1995) e, na Bandeirantes, a minissérie "Capitães de Areia" (1989).
As melhrores adaptações:
1. "Gabriela" (1975)
Dirigida por Walter Avancini, a série "Gabriela" tem altas doses de humor e sensualidade. E também uma ótima trilha sonora e a beleza de Sonia Braga.
2. "Tieta" (1989)
Uma das melhores novelas de Walter Avancini. Aqui, o humor dá o tom, em especial na presença da vilã Perpétua (Joana Fomm). Recentemente, saiu em DVD.
3. "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água" (1978)
Este caso especial, exibido em 1978, é marcante por trazer uma das melhores atuações de Paulo Gracindo. Também está disponível em DVD.

 

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