Mariane Morisawa, enviada especial a Cannes
Ambição formal e temática é artigo fundamental para um vencedor de Palma de Ouro do festival de Cannes. E, isso, “Post Tenebras Lux” (“luz depois das trevas”, na tradução literal do latim), de Carlos Reygadas, tem de sobra. Talvez por isso mesmo, foi o filme mais vaiado até agora em sessão de imprensa da competição, na noite desta quarta-feira (23).
O longa-metragem é uma mistura de memórias, sonhos, desejos, alguns do próprio Reygadas. O diretor mexicano optou por uma lente que distorce os cantos da tela para aumentar a sensação dessa realidade suspensa ou paralela, em que partidas de rúgbi misturam-se a cenas de suingue numa sauna, árvores cortadas e uma criança num pasto com cachorros, vacas e cavalos, na belíssima cena de abertura.
Há momentos de fantasia pura, à Apichatpong Weerasethakul, com lirismo – e não gracinhas, como “Holy Motors”, de Leos Carax, exibido na terça (22). É cinema para pensar, mas, sobretudo, sonhar.
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