Reza a lenda que homem não é ligado em desfiles de moda e acha exagerado o que é apresentado na passarela. A coleção da Reserva, apresentada no São Paulo Fashion Week na segunda (13), teve como destaque blazeres coloridos e estampados ao lado de comportados cardigãs feitos em malha fina, que são um clássico da marca.
A coluna Hora H selecionou três looks da coleção e apresentou aos homens que circulavam pelo prédio da Bienal para saber o que eles usariam: blazer colorido e estampado ou um cardigã? Foi unânime a eleição do cardigã como a peça mais usável. Eu escolho o cardigã, porque é mais fácil de usar. Não sei se teria algum lugar para usar o blazer estampado, disse o músico e designer Ricardo Athayde. Para o stylist Ciro Midena, uma peça estampada chama mais atenção do que uma lisa e sua vida útil é menor. O consumidor masculino prefere peças que sejam mais duráveis e menos complicadas na hora de combinar, disse. A cantora Pitty concorda: talvez num show o homem fique bacana com o blazer colorido, mas no dia a dia é mais complicado, porque fica datado muito rápido. Apesar da atual resistência, o estilista Rony Meisler, da Reserva, acredita no futuro dos blazeres estampados e lembra que o comportamento masculino tem mudado, aos poucos, nos últimos anos. Se você pensar bem, há quatro ou cinco anos, quando lançamos o cardigã, ele era uma peça vista como 'roupa do avô'. Mas de tanto aparecer em desfiles, revistas e televisão, virou uma peça que todo jovem usa hoje sem problemas. O caso da estampa é a mesma coisa. Pode parecer um pouco estranho, mas se fizermos o mesmo caminho do cardigã talvez isso mude daqui um tempo. O mercado de moda masculina, além de pequeno em relação ao da moda feminina, sofre de uma mesmice, porque há anos as grandes marcas não investem em novas propostas para o homem, que também acabou se acomodando com as poucas opções, disse Meisler.
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