Materiais e técnicas artesanais estão em alta

Materiais e técnicas artesanais estão em alta

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:26

O aspecto natural e as texturas e formas obtidas com materiais artesanais estão em alta na moda. Até pouco tempo atrás, crochês, rendas, bordados e afins eram vistos exclusivamente como sinônimo de roupas despretensiosas, que combinavam, quando muito, com as férias à beira-mar e dificilmente entravam no guarda-roupa do dia a dia urbano.

Mas esse cenário vem mudando. Na última temporada de desfiles nacionais de verão, os materiais rústicos assumiram lugar de destaque nas passarelas em looks carregados de elegância e sofisticação. As marcas apostaram em matérias-primas como a ráfia, o crochê e a renda em suas criações.

A estilista Cristine Ban tem trabalhado bastante o tricô em suas criações. "Opto pelos materiais naturais pois gosto na nobreza de suas fibras." Segundo Cristine, as roupas feitas em materiais artesanais podem aliar conforto e descontração a um visual elegante. "A elegância está na delicadeza das tramas, na ousadia de uma silhueta, na combinação de cores ou sutileza dos tons", ela diz.

O mesmo vale para o crochê, que deu as caras no desfile de verão 2010 da Espaço Fashion em vestidos assimétricos com lavagem estonada. Mais longe foi Reinaldo Lourenço, na mesma temporada, que ousou ao apresentar ternos, saias e vestidos feitos de ráfia, material usado para fazer sacos de café. As cores bege, marrom e coral de suas peças deram a elas uma aura de luxo.

Depois disso, os materiais e técnicas artesanais chegaram à alta costura. A estilista Alyny Melari, do Atelier Sob Medida, produziu uma coleção inteira de vestidos de festa usando pedaços de sobra de tecido para fazer fuxicos, patchworks e retalhos. "A coleção foi um sucesso, não sobrou uma peça", conta. É claro que o processo de produção é mais lento e requer mão-de-obra redobrada, mas o resultado, segundo ela, compensa o esforço. Como se vê, a cara natural, artesanal e rústica das roupas está mesmo com tudo.

por Ana Paula Martini

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