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Saúde

Ar-condicionado dobra risco de contaminação dos olhos

Ar-condicionado dobra risco de contaminação dos olhos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:54

Olhos vermelhos, sensação de corpo estranho, ardência, coceira e visão borrada são os sintomas da síndrome do olho seco, que está lotando os consultórios. De acordo com o oftalmologista Queiroz Neto, nesta época, o número de pacientes com sintomas de olho seco costuma dobrar. E não é para menos, afinal, a maioria das empresas acaba trabalhando com o ar-condicionado ligado o tempo todo, e isso contribui para a condição.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a incidência da síndrome salta de 10% para 20% no verão entre trabalhadores que abusam do ar-condicionado em ambientes fechados e sem ventilação. Nessas condições, o ar se torna muito seco e até quem tem produção normal de lágrima pode sentir algum desconforto ocular, afirma Queiroz Neto. O problema, ressalta, é que a exposição diária ao ar seco pode fazer que este incômodo progrida para uma alteração crônica do filme lacrimal.

O especialista explica que a síndrome do olho seco é a mudança da qualidade ou quantidade em uma das três camadas da lágrima – oleosa (externa), aquosa (intermediária) e proteica (interna). A baixa umidade dos ambientes refrigerados, observa, provoca a evaporação da camada aquosa. Sem lubrificação, os olhos ficam mais vulneráveis a inflamações e infecções. Para piorar, dados da OMS mostram que a higiene precária do ar-condicionado facilita a proliferação de vírus, bactérias e fungos em 30% das empresas instaladas no Brasil.

“É isso que explica por que a conjuntivite representa uma das principais causas de afastamento do trabalho durante o verão”, afirma.

Fatores de risco

Queiroz Neto diz que o olho seco pode acometer tanto homens como mulheres, mas a população feminina tem duas vezes mais chance de ter o problema. Isso porque a síndrome pode estar relacionada às oscilações no nível do estrogênio durante a fase reprodutiva e à falta dele na pós-menopausa. “Blefarite intermitente (inflamação da pálpebra) pode ocorrer por falta de testosterona na região palpebral, que interfere no funcionamento da glândula que secreta a lágrima”, diz.

Além do ar seco e de alterações hormonais, são também fatores de risco:

• Medicamentos – Descongestionantes, anti-histamínicos, tranquilizantes antidepressivos, diuréticos, pílula anticoncepcional, anestésicos, betabloqueadores, anticolinérgicos.

• Doenças – Artrite, lúpus, sarcoidose, síndrome de Sjögren, alergias e Parkinson.

• Lente de contato – Hidrofílicas que se hidratam da lágrima.

• Idade – A partir de 65 anos, nossos olhos reduzem em 60% a produção lacrimal.

Excesso de lágrima artificial irrita os olhos

O único colírio indicado na terapia de olho seco é a lágrima artificial. Ao contrário do que muitos imaginam, não é um medicamento inofensivo. O oftalmologista conta que alguns pacientes utilizam este tipo de colírio até dez vezes ao dia, quando a indicação é de quatro vezes. O excesso provoca irritação por causa dos conservantes. “Como diz o ditado, a diferença entre veneno e remédio é a dose”, afirma.

Mesmo a lágrima artificial é só uma “aguinha”, e é necessário analisar a lágrima para indicar o tratamento correto. Para olho seco evaporativo, são indicadas fórmulas mais aquosas. Para deficiência na produção da lágrima, as fórmulas são viscosas.

Quando a produção lacrimal é prejudicada por blefarite intermitente, o tratamento pode ser feito com um creme que contém testosterona. Em casos de inflamações mais graves, destaca, pode ser indicada cortisona ou ciclosporina, um supressor imunológico. A medicação adequada depende sempre da avaliação médica. “Usar colírio por conta própria pode causar doenças graves, como a catarata e o glaucoma, que podem levar à cegueira.”

O tratamento de olho seco severo, destaca, pode exigir o enxerto de plugs provisórios ou permanentes para ocluir o canal da lágrima.

Dicas de prevenção

O especialista diz que para estimular a produção lacrimal, a recomendação é evitar o consumo de carne bovina, gorduras e carboidratos. O primeiro passo para melhorar a lubrificação dos olhos é beber 2 litros de água ao dia. A alimentação deve incluir as fontes de ácidos graxos encontrados na semente de linhaça, óleo de peixes e amêndoas, além de frutas, verduras e legumes ricos em vitaminas A e E.

Nas atividades que exigem concentração visual, como o uso de computador, ele diz que as dicas são: posicionar a tela 30 graus abaixo da linha dos olhos, fazer pausas de 5 minutos a cada hora de trabalho e piscar voluntariamente.

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