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Saúde

As reações do corpo em situações de risco

As reações do corpo em situações de risco

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:26

Em uma situação de perigo, o corpo assume funções involuntárias com o objetivo de planejar fuga e salvamento. "É disparado o sistema de alerta e hipervigilância no sistema nervoso central.(...) Aumenta a frequência cardíaca e respiratória para garantir a sobrevivência naquele momento", afirmou o psicólogo e neurocientista Júlio Peres. Segundo ele, as reações podem ser de fuga ou ataque e são essenciais para o indivíduo se salvar, por exemplo, de um prédio em chamas. "Nosso ancestrais sobreviveram graças a estas funções", disse.

O primeiro sintoma é o aumento de sensibilidade aos sinais e reflexo mais rápido. Depois, de acordo com Peres, o córtex - camada externa do cérebro - começa a interagir com o que está acontecendo e a planejar a melhor solução para aquela situação. Em seguida, o indivíduo age. "É uma combinação de reações fisiológicas e cognitivas", classificou. De acordo com Peres, o corpo em alerta é o que ajuda a escapar da ameaça.

O psiquiatra do Hospital Nove de Julho, Catulo Magalhães, explica que a área do cérebro onde as emoções são desencadeadas é a região que controla as vísceras. "O momento de pânico pode causar contrações no intestino e bexiga que podem provocar cólicas, vontade de urinar ou evacuar", enumerou. É comum também o indivíduo ficar pálido, de acordo com Magalhães. "Com o aumento da pressão arterial, as artérias que irrigam os membros inferiores e superiores aumentam e as artérias da pele se contraem diminuindo a irrigação de sangue, o que causa a palidez", explicou.

Todas as reações são normais e ajudam no salvamento diante de uma ameaça. No entanto, existe uma minoria que não passa por este processo em momentos de risco de vida. "É uma atitude adotada por alguns mamíferos que se fingem de morto quando são ameaçados", comparou o neurocientista Júlio Peres. Os sintomas são totalmente opostos aos presentes quando o sistema de alerta é ativado. Segundo o neurocientista, o indivíduo sofre efeito anestésico, amortecimento das respostas fisiológicas, não consegue entender a situação e a respiração fica mais lenta. "A pessoa que está em alerta deve ajudar e orientar quem está paralisado", sugeriu Peres.

Trauma e crise de pânico

De acordo com o psiquiatra Catulo Magalhães, existem pessoas que passam por todos os sintomas de alerta, sem que exista uma condição externa como justificativa. "A leitura dos sintomas que alguém com crise paroxística de angústia - crise de pânico - tem é de que está prestes a morrer, ter um infarto ou AVC", detalhou o psiquiatra. Segundo Magalhães, quem tem a doença, causa a própria crise por um estado constante de ansiedade. O tratamento se consiste em combater a ansiedade e angústia do paciente, disse ele.

Após passar por uma situação de alto risco, é comum que os sintomas de hipervigilância perdurem por um mês. "As reações de alerta, memórias traumáticas, ansiedade, flashbacks, pesadelos e hipersensibilidade aos estímulos exteriores são normais até quatro semanas após o ocorrido", explicou Peres. No entanto, se os sintomas persistirem, o ideal é procurar ajuda profissional e terapia.

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