Já se sabe que uma dieta de restrição calórica provoca o emagrecimento e aumenta a expectativa de vida. A novidade é que seu “efeito colateral” pode ser o aumento de pelos, segundo um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo divulgado nesta terça-feira (12), na revista científica Cell Reports.
Através de uma análise feita com camundongos submetidos ao regime, os pesquisadores afirmam que o aumento de pelos acontece como uma adaptação dos animais para permanecerem quentes e vivos, numa situação de limite de alimentos.
Enquanto o emagrecimento diminui a gordura que mantém seus corpos aquecidos, a pele dos animais estimula o crescimento de pelos. Também foi observado o aumento da circulação sanguínea e uma alteração no metabolismo para aumentar a eficiência energética.
O trabalho do pós-doc da pesquisadora Maria Fernanda Forni, orientado por Alicia Kowaltowski, professora do Instituto de Química da USP, comparou a evolução ao longo de seis meses de camundongos que podiam comer à vontade, com animais que tinham restrição de 60% das calorias consumidas pelo primeiro grupo.
No nível celular, a restrição calórica levou a uma expansão das células-tronco de folículos capilares, levando ao seu crescimento e também a maiores taxas de retenção. Em comparação com o grupo calórico, os animais em dieta apresentarem três vezes mais vasos sanguíneos e maior circulação de sangue quente para a superfície da pele, de modo que eles perdiam menos energia para se manter aquecidos.
Giovana Girardi
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