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Saúde

Gestação múltipla traz riscos para mãe e para o bebê

Gestação múltipla traz riscos para mãe e para o bebê

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:09

As taxas de gestação múltipla obtidas pela fertilização in vitro, FIV, têm se mantido constante, ao longo dos últimos anos, no mundo. Na Europa, este índice está inalterado há quatro anos, mantendo-se em 26,4%. Deste número, temos 24,4% de gestação gemelar, 2,0% de gestação trigemelar, e 0,04% de quadri-gemelar. Os dados do Registro Latino-americano de Reproducción Asistida são semelhantes, porém ainda se transferem muitos embriões na América Latina. No Brasil, 42% das gestações por fertilização in vitro resultam em gêmeos, trigêmeos, quadrigêmeos e quíntuplos.

O nascimento de múltiplos bebês é considerado um problema de saúde pública devido aos riscos causados às mães, às crianças e pelo alto custo gerado ao sistema público de saúde. Os riscos da gravidez múltipla são muitos. Para a mãe, podemos citar a pré-eclâmpsia, o diabetes gestacional, o rompimento do colo uterino e o parto prematuro. Para o bebê, o maior risco é o da prematuridade, o que pode ocasionar a má-formação dos órgãos.

Na Europa, os serviços de reprodução humana estão empenhados em reduzir o índice de gravidez múltipla. No registro europeu já se verificou uma redução no número de embriões transferidos no período de 1999 para 2000. A transferência de quatro embriões diminuiu de 9,3% para 6,8% e de três embriões de 39,6% para 33,3%, enquanto aumentou o número de transferências com dois embriões, de 39,2% para 46,7%.

Em muitos desses países, o tratamento da infertilidade é financiado pelo governo, que determina que seja transferido um único embrião, de ótima qualidade, para o útero de mulheres com idade inferior a 37 anos nos procedimentos de FIV. Com a medida, estas nações reduziram pela metade o índice de múltiplos, com quase a mesma taxa de sucesso de gravidez, quando comparado aos índices obtidos com a transferência de dois embriões.

Implantação do embrião

De uma maneira geral, em termos de reprodução humana, seja pela fertilização in vivo ou pela in vitro, temos poucas chances de sucesso em obter uma gravidez. Como resolver esta questão? Melhorando o índice de implantação do embrião. Para melhorar as chances de gestação, normalmente, são transferidos para o útero mais de um embrião. Isto porque as chances de gestação aumentam, conforme o número de embriões transferidos, até se estabilizar em torno de quatro embriões.

Em outras palavras, transferir mais do que quatro embriões aumenta apenas a chance de gestação múltipla. Quando obtivermos melhores índices de implantação, poderemos diminuir o número de embriões transferidos, sem prejudicar as chances do casal de engravidar.

Este é um desafio para as clínicas de Reprodução Assistida hoje: otimizar os resultados, manter bons índices de gravidez, sem aumentar a incidência de gestação múltipla. Os laboratórios devem reduzir o número de embriões a ser transferidos quando começam a ter gestações múltiplas. A conduta contrária, de aumentar os índices de gestação, sem se preocupar com a gestação múltipla, é prática inconseqüente. Com o respaldo de um bom embriologista, espera-se que em alguns anos, possamos transferir rotineiramente apenas um embrião, com boas chances de gestação.

Embora o nascimento de um filho por técnicas de reprodução assistida ainda leve consigo o risco de uma gestação múltipla, cabe à medicina aprimorar os métodos de cultivo de embriões e a sua transferência para o útero, o que permitirá otimizar as chances de gestação, sem que ocorra a gestação múltipla.

Devemos desenvolver melhores condições de pesquisa sobre as condições ideais de transferência, sobrevivência intraútero e implantação do embrião. Também é necessário melhorar os protocolos de congelamento e descongelamento de gametas e embriões, pois estas técnicas podem colaborar na redução da gestação múltipla, observa o médico.

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