Má saúde bucal pode ser reflexo de problemas familiares

Crianças e adolescentes com medo intenso de dentistas normalmente têm famílias problemáticas. Essa é a conclusão de um estudo feito pela Universidade de Gothenburg, na Suécia. Annika Gustafsson, especialista em odontologia pediátrica, estudou jovens em idades escolares com sérios problemas bucais associados à fobia  de dentistas.

"Eu queria investigar como crianças e adolescentes com tantos problemas bucais, que acabavam necessitando de atendimento especializado, se diferenciavam de pacientes com a mesma idade, porém saudáveis. Além disso, me interessava saber por que eles eram tão propensos a cancelar compromissos nos dentistas e por que normalmente se atrasavam mais do que o normal", diz a pesquisadora.

De acordo com Annika, esses jovens haviam desenvolvido fobia  de dentistas e vinham de famílias economicamente menos favorecidas. A maioria desses indivíduos também vivia com pais separados, tinha pouca ou nenhuma atividade de lazer e mais problemas psicológicos do que indivíduos que cuidavam da saúde bucal regularmente.

Os pais desses jovens indicavam o mesmo tipo de fobia , e na maioria das vezes reportavam um alto nível de ansiedade e preocupação. As crianças e os adolescentes entrevistados demonstraram que replicavam os comportamentos fóbicos dos pais e também não tinham apoio deles na hora de agendar ou mesmo ir a uma consulta.

De acordo com a pesquisa, o simples pensamento sobre ir ao dentista causava surtos de ansiedade intensos nessas pessoas. "É preciso estar atento para intervir o mais cedo possível em situações como as descritas no estudo," diz Annika. Essas pessoas precisam de ajuda e suporte psicológico para vencer seus medos e não desenvolver quadros severos de doenças bucais, finaliza a pesquisadora. O estudo deixa claro como um transtorno mental pode intervir negativamente na saúde física do indivíduo.

com informações da Universidade de Gothenburg