MENU

Saúde

No Brasil, aproveitamento de pulmões para transplantes é de apenas 5%

No Brasil, aproveitamento de pulmões para transplantes é de apenas 5%

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:28

A média de aproveitamento dos pulmões para transplantes no Brasil é de apenas 5%, enquanto no restante do mundo chega a 10% ou 15%. Dois fatores interferem diretamente nesse baixo índice: a dificuldade para identificar um doador em potencial e a fragilidade do órgão.

O médico assistente do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e professor da USP (Universidade de São Paulo), Paulo Pego Fernandes, explica que de todos os órgãos sólidos transplantados, o pulmão é o único que tem contato direto com o meio ambiente e por isso fica muito mais exposto a infecções do que o rim, o fígado e o coração.

Outro problema, segundo Fernandes, é a maior incidência de traumas no Brasil em relação a países mais desenvolvidos, onde a grande maioria dos doadores são vítimas de derrame e morte cerebral.

- Esse tipo de morte oferece menos trauma do que um acidente de motocicleta, carro, um tiro.

Ele observa, ainda, que há dificuldades no momento em que a pessoa é atendida, especialmente no que se refere aos cuidados para que não ocorra infecção no pulmão desse paciente e possível doador.

No InCor, 60 doentes estão na fila de espera por um pulmão. Em 2008 foram realizados 23 transplantes.

- Seria uma fila de espera para três anos. O tempo está em 18 meses, o que é relativamente alto.

Para tentar mudar essa realidade e a captação de órgãos, o InCor realizou em novembro um curso para orientar os profissionais de cidades do interior a  identificar melhor os possíveis doadores.

Os pré-requisitos básicos para que o pulmão seja doado são a ausência de pneumonia, não estar broncoaspirado (quando o paciente regurgita e aspira) e não ter infecção em outro órgão. Além disso, o paciente não pode ser muito idoso e deve ter a pressão arterial razoável, com condições circulatórias adequadas.

O número de transplantes no Brasil cresceu 24,3% no primeiro semestre de 2009 em relação ao mesmo período de 2008. De janeiro a junho foram transplantados 2.099 órgãos em todo o país, contra 1.688 no mesmo intervalo no ano passado.

De acordo com o Ministério da Saúde, o transplante de rim aumentou 30,28% no período e o de fígado, 23,17%. No entanto, no mesmo período, os transplantes de coração e de pulmão - que têm mais dificuldades na captação e manutenção dos órgãos - caíram 20,4% e 15,38%, respectivamente.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições