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Saúde

Tailândia usa atrativos de luxo em corrida do turismo médico

Tailândia usa atrativos de luxo em corrida do turismo médico

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:35

Hospitais de cinco estrelas com vista para o mar e atendimento de luxo são algumas das armas da Tailândia em sua corrida para se transformar no principal destino asiático do turismo médico, um negócio que dinamita a saúde pública.

Encorajados pela leitura dos folhetos turísticos do "país dos sorrisos", cerca de 2 milhões de estrangeiros passam anualmente pelos hospitais tailandeses para se submeterem a tratamentos médicos, mudar de sexo ou mesmo comprar uma dentadura nova.

Alguns viajam em família, como é o caso de Mohammed, que com seus três filhos aguarda sua mulher sair de uma consulta no Hospital Bumrungrad, no distrito árabe de Bancoc.

"Acho que aqui minha mulher vai ser bem atendida, além disso contamos com tradutores se precisamos de ajuda com o inglês. Quando terminar, aproveitaremos a viagem para relaxar na praia", disse à Agência Efe Mohammed, morador dos Emirados Árabes Unidos.

O número de estrangeiros que viajam para a Tailândia por motivos de saúde não para de aumentar e a Autoridade de Turismo prevê que em 2015 o país receberá 100 trilhões de baht (cerca de R$ 4,5 bilhões) graças a este negócio. Entre os turistas que chegam à Tailândia por este motivo se destacam australianos, britânicos, suecos, russos e cidadãos de países do Oriente Médio.

FÉRIAS COM SAÚDE

Os motivos que estimulam milhares de estrangeiros a viajar até o país vão desde o preço do tratamento nos hospitais, de onde esperam sair para desfrutar um período de férias, até o longo tempo de espera na Europa, a falta de seguridade social em países como os Estados Unidos e a carência de infraestrutura em nações menos desenvolvidas.

Jim, um escocês que mora no Vietnã há mais de uma década, explicou no vestiário da clínica que escolheu esta opção após descartar com sua mulher a assistência ginecológica dos centros sanitários vietnamitas.

Ao seu lado, uma jovem das Ilhas Maldivas declarou que sua viagem à Tailândia está relacionada com seu desejo de ser mãe, além de aproveitar para fazer algumas compras em shoppings da capital.

"Estou tentando ficar grávida há um ano sem sucesso, por isso vim aqui me submeter a um tratamento de fertilidade. Não quero que ninguém em meu país saiba que não posso ter filhos", destacou a mulher de 23 anos.

O setor de turismo médico tailandês tem em Cingapura seu mais imediato concorrente, além da Índia, que oferece serviços parecidos a um custo menor, mas com infraestrutura inferior.

CARÊNCIA DOMÉSTICA

Prayut Somprakit, diretor do Hospital de Bangoc, um dos pioneiros na turística ilha de Phuket, explicou que, além de um serviço médico de qualidade, é importante para seu centro "contar com uma equipe diferenciada e atenta que responda às características genuínas dos tailandeses".

A aposta no turismo médico repercutiu de forma negativa no sistema público sanitário da Tailândia porque, segundo o movimento civil Fórum de Leis, está baseada na errônea suposição que existem profissionais suficientes para atender esse setor da medicina privada.

Desde então, centenas de médicos e outros profissionais da medicina deixaram os hospitais públicos atraídos pelos salários oferecidos pelas instituições particulares, até três vezes superiores.

Esta sangria de profissionais contribuiu para a piora da situação do sistema sanitário estatal, do qual depende para cuidar de sua saúde a imensa maioria dos 67 milhões de tailandeses.

Ao mesmo tempo em que os centros privados se equipam com o que há de melhor, os tailandeses mais humildes se queixam da aglomeração enfrentada pelos doentes internados e do longo tempo que precisam esperar para ser atendidos.    

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