A imensidão do Brasil é refletida em suas estradas: são quase 1,7 milhão de quilômetros para se percorrer, em rotas que passam por 26 estados e 71 parques nacionais, segundo um levantamento feito pelo UOL Viagem.
Segundo o ciclista experiente André Schetino, autor de "Pedalando na Modernidade: a bicicleta e o ciclismo na transição do século 19 para o 20", o melhor meio de se conhecer as riquezas brasileiras é em cima das duas rodas. Com as bikes, é possível ter uma viagem marcada por grandes histórias e garantir benefícios para a saúde e meio ambiente.
Para evitar contratempos e curtir a sensação de liberdade, confira algumas dicas da UOL para fazer uma viagem com segurança:
1. Pesquise
Qual o caminho? Onde vou dormir? Quanto dinheiro devo levar? Há uma série de sites e páginas no Facebook que reúnem, em detalhes, informações para os cicloviajantes novatos.
"Até Onde Deu para Ir de Bicicleta" e "Olinto", por exemplo, fornecem dicas e vídeos para quem quer criar seu próprio roteiro de viagem, além de mapas com pontos de parada e trajetos de ida e volta demarcados.
Usar o Google Maps e a rede social de hospedagem Warm Showers, uma versão gratuita do Airbnb para ciclistas, também é recomendável. “No Maps dá para traçar um circuito bonito e tranquilo, fugindo de rodovias pavimentadas”, afirma Schetino.
Na carteira, ele leva apenas o cartão do banco e pouco dinheiro, para comer em áreas rurais e se precaver de emergências.
2. Coloque apenas o necessário na mochila
“Você não precisa de metade das coisas que pretende colocar na mochila”, afirma a jornalista Adriana Marmo, que há dois anos e meio trocou o carro pela bicicleta e já desbravou o Brasil, de Norte a Sul.
Segundo ela, leve nas bolsas laterais da bicicleta, também conhecidas por alforjes, petiscos, capa de chuva, nécessaire com medicamentos básicos e itens de higiene pessoal, poucas peças de roupas versáteis e discretas e ferramentas para regular freios e marchas ou fazer pequenos reparos na bike.
Inclua no kit mecânico uma gancheira reserva — pecinha de metal que serve para conectar o passador de marchas traseiras ao quadro da bicicleta.
3. Estude um pouco sobre mecânica da bicicleta
Não é preciso curso para se tornar um cicloviajante, porém, é preciso ter noções básicas de ciclismo e mecânica, até mesmo para saber escolher o tipo certo de bicicleta e adquirir autonomia, caso um pneu estoure ou uma corrente arrebente.
Adriana conta que tem um modelo híbrido, que é resistente tanto para trilhas de terra, como asfalto. Já Schetino, pela questão do conforto, indica as mountain bikes, com adaptação de bagageiro traseiro ou dianteiro.
Se for viajar de avião ou ônibus de viagem e quiser levar a bicicleta, é importante saber desmontá-la. Tire os pedais, vire o guidão e embale com plástico ou despache em caixas bem amarradas.
4. Não é preciso ser atleta
Durante uma cicloviagem você é submetido a um esforço grande: equilibra a bicicleta carregada, pedala por longas horas, escala subidas, e tudo isso mesmo fazendo uma velocidade baixa. No entanto, não é preciso ser um atleta para encarar o desafio.
A jornalista Adriana revela que o condicionamento do corpo é feito na própria bike, durante o percurso, sem pressa nem visando alcançar metas. “O importante é tentar, fazer pequenas pausas, de duas em duas horas, para se alimentar e contemplar a paisagem, e respeitar seus limites”, comenta.
O descanso também é importante e isso tem a ver com seguir horários. Tudo vai depender do terreno e da temperatura, orienta Schetino. “No caso de locais muito quentes, prefiro pedalar bem de manhãzinha, descansar na hora do almoço e seguir no fim da tarde. Em outras localidades e com clima mais ameno, gosto de sair bem cedo e chegar à tarde no local de destino”, afirma.
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