Felipe Morais é servo temente ao Senhor e atua como pastor na Igreja Batista do Reino, Bacharel em Teologia, escritor (Os Segredos da PÁSCOA: e a Salvação do Povo de Deus | Perdão: assim como nós perdoamos), atua como professor no YouTube pelos canais Cur
Se você pudesse escolher um local ideal para transmitir uma mensagem extremamente importante para passar para alguém, onde seria? Certamente eu escolheria um local tranquilo e silencioso.
No Mar Egeu, encontra-se a pequena ilha de Patmos. Localizada ao sudoeste da cidade de Éfeso, entre a Ásia Menor e a Grécia, Patmos se tornou palco de um capítulo crucial na história da Igreja, por guardar em sua história um relato singular: o exílio do apóstolo João.
Na contramão da nossa lógica, Deus escolheu uma prisão isolada no meio do mar para tirar o véu que estava sobre diversas profecias do Antigo Testamento e mostrar coisas surpreendentes!
Certamente aquele não era um ambiente calmo e agradável, já que os prisioneiros eram submetidos ao trabalho intenso.
Segundo os relatos dos antigos doutores da igreja, como Irineu, Clemente de Alexandria, Eusébio e Jerônimo, o imperador Domiciano condenou João ao exílio em Patmos. O motivo? Seu fervoroso ministério em Éfeso, onde pregava a Palavra de Deus.
De acordo com Victorino, um antigo comentarista bíblico que viveu entre os séculos III e IV, João passou seu tempo como prisioneiro, trabalhando nas minas daquela ilha árida. Uma realidade dura e penosa, sem sombra de dúvidas.
Durante aqueles dias sombrios, em meio à escuridão do exílio, uma luz divina brilhou, e Deus, em sua infinita misericórdia, concedeu a João a grandiosa revelação que compõe o último livro da Bíblia: o Apocalipse.
Após a morte de Domiciano em 96 d.C., o sucessor Nerva (96–98 d.C.) concedeu a João a liberdade, permitindo que ele retornasse a Éfeso.
Assim, Patmos, que outrora representou o isolamento e a aflição, se converteu em um lugar de profunda esperança, revelação e inspiração divina; um verdadeiro palco celestial, onde o apóstolo contempla visões proféticas e recebe mensagens divinas sobre o destino da humanidade.
A perseguição do inimigo contra João visava afastá-lo do convívio com as igrejas para que o impedisse de edificar a fé dos irmãos, entretanto, sabemos que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28).
O Senhor, então, converteu o exílio em uma oportunidade extraordinária para edificar não somente as igrejas locais que existiam naquele período, mas a Igreja inteira, em todos os lugares, durante toda a História!
Embora o corpo de João estivesse limitado ao tempo e ao espaço naquela pequena e isolada ilha, espiritualmente (Ap 1:9,10; 4:1,2) ele recebeu visões e revelações celestiais, desde as coisas que estavam ocorrendo nas igrejas daquela época, até as coisas futuras. João viu o fim dos tempos: ele viu a eternidade futura!
As visões e ensinamentos recebidos naquela ilha moldaram para sempre nossa compreensão do fim dos tempos e da gloriosa vitória de Cristo. Dessa forma, Patmos, a pequena ilha do exílio, tornou-se o grande palco da revelação divina, um lugar onde a fé triunfou sobre a adversidade e a luz da esperança venceu as sombras da escuridão!
E assim como ocorreu com o apóstolo Paulo, que sofreu devido às grandes revelações que havia recebido (2 Coríntios 12:7), o apóstolo João, já idoso, passou por momentos muito dolorosos, portanto, a mesma resposta de Deus se encaixa os seus sofrimentos:
“A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Coríntios 12:9)
A história de João em Patmos nos ensina que, mesmo nos momentos mais desafiadores, Deus pode operar de maneira poderosa, concedendo-nos vislumbres de sua glória e propósitos.
Felipe Morais é servo temente ao Senhor, e atua como pastor na Igreja Batista do Reino. Pós-graduado em Teologia, é um biblicista apaixonado pelas Escrituras. Comentarista, escritor e cronologista bíblico, atua como professor no YouTube pelos canais Curso Bíblico Online e Devocional Bíblico Online.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior: João não estava em Patmos quando escreveu todo o Apocalipse
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