O que a Bíblia diz sobre o estupro?

Nós punimos severamente estupradores e os condenamos moralmente de modo severo, enquanto que o Oriente ainda deixa muito a desejar. Por isso, ser cristão é levar a sexualidade a sério, não toleramos esta cultura insana de violência sexual.

Fonte: Guiame, Jean FrancescoAtualizado: sexta-feira, 3 de junho de 2016 às 18:24
Estupro. (Foto: R7)
Estupro. (Foto: R7)

Em primeiro lugar, a partir do relato da criação (Gênesis 1.26-28) já deduzimos que o estupro é uma prática incompatível com a sexualidade original projetada por Deus; uma falsificação sexual na qual um homem violenta sexualmente uma mulher contra a sua vontade. Em segundo lugar, nas leis do Deuteronômio, quando uma moça estivesse comprometida, noiva ou casada, e fosse estuprada, a pena era capital: morte, mas apenas para o estuprador. Caso a moça estivesse solteira, a pena era a de indenizar à família com 50 peças de prata, mais a obrigação de casar-se com ela (recebê-la como mulher e não objeto) na condição de jamais poder divorciar-se dela. Em outras palavras, sexo era coisa séria para Deus e, consequentemente, deveria ser para o seu povo (Cf. Deuteronômio 22.25-28)

Além disso, duas histórias bíblicas reforçam a seriedade do princípio anti-estupro e as consequências capitais para os agentes. A primeira está no livro de Juízes 19-20, que narra a história de um levita com sua concubina durante uma viagem. Pelo caminho, cansados, passam por uma cidade e não tem onde repousar. Para sua sorte, um velho os encontra na praça da cidade de Gibeá e os hospeda em sua casa.

De repente, um grupo de vadios invade sua casa para estuprar o levita — a antiga prática de sodomia —, mas o hospedeiro os proíbe de fazer qualquer coisa contra o seu hóspede, como mandava a cultura. Em troca, o velho oferece sua filha virgem e a concubina do levita, mas os vadios rejeitam. Então, numa atitude de autoproteção, o levita empurra sua concubina para fora da casa e os vadios, enfurecidos, estupram-na a madrugada inteira. Ao alvorecer, o levita segue viagem, põe a moça no animal de carga, mas ela já estava morta. Ao chegar em casa, o levita sepulta sua concubina —de uma forma estranha para nós — cortando-a em doze pedaços, dispensando-os entre as doze tribos de Israel, como uma honraria nacional.

O povo de Israel ao ver tal escândalo, lembra-se de atrocidades semelhantes cometidas no Egito e, indignados pelo estupro e morte da concubina, fazem imediatamente uma guerra contra Gibeá. Por fim, o povo de Israel aniquila o povo de Gibeá ao fio da espada e quase extinguem uma das doze tribos, a tribo de Benjamim por se contrapor a vingança israelita. Tudo por causa de um estupro e, digno de nota: era uma concubina. Isso é suficiente para concluir que, no Antigo Testamento, diferente de todas as culturas da antiguidade, estupro era um caso tão sério que levou a nação israelita a destruir uma cidade como punição.

A segunda história aconteceu tempos depois dentro da família do rei Davi, registrada em 2 Samuel 13. Nela, um de seus filhos, Amnon, apaixonou-se por sua meia irmã Tamar — pois Davi teve várias esposas — e, num ato de loucura, armou um plano para aproveitar-se dela sexualmente. Tendo o plano funcionado, Amnon estupra sua meia irmã Tamar e, após deitar-se com ela, despreza-a de forma desumana. Quando Absalão, irmão inteiro de Tamar, soube do ocorrido, ficou enfurecido, mas esperou uma ocasião própria para a vingança.

Passados dois anos, ele organizou uma festa em família e convidou a todos, inclusive Amnon. O estuprador, como que não se lembrando do que fez, compareceu normalmente. Então, no meio da comilança, Absalão arma uma emboscada para Amnon e seus soldados o matam na presença de toda a família.

As duas histórias, portanto, confirmam que na Bíblia há uma cultura séria contra a violência sexual. Um estupro no contexto do Antigo Testamento era tratado com o mesmo rigor de um assassinato, por isso a pena era tão severa (Deut. 22.26). É importante também registrar que a Lei israelita era a única que protegia as mulheres de serem violentadas nas civilizações antigas, diametralmente oposta da cultura imoral, abusiva e promíscua do Egito, Assíria, Babilônia e Grécia.

Na Grécia de Platão e Aristoteles, a título de exemplo, uma mulher não grega (estrangeira) podia ser estuprada na cidade sem que a lei a protegesse. Aos homens era facultado o amor, às mulheres, contudo, apenas a condição de produtora e reprodutora de pequenos animais que poderiam virar gente! Sem falar nos casos de pederastia, nos quais adolescentes eram molestados pelos seus mestres (pedagogos), não apenas na Grécia, mas também no Japão, China e Coreia que por muitos séculos exaltaram tal comportamento, que hoje conhecemos por pedofilia.

Coisas semelhantes, ou até piores, também aconteciam aqui no Ocidente entre os celtas e vikings, mas graças ao cristianismo e à Bíblia, estamos na frente dos orientais a milênios nesse aspecto. Nós punimos severamente estupradores e os condenamos moralmente de modo severo, enquanto que o Oriente ainda deixa muito a desejar. Por isso, ser cristão é levar a sexualidade a sério, não toleramos esta cultura insana de violência sexual. E digo mais: não espere de nós aplausos para qualquer amor semelhante à "Cinquenta Tons de Cinza".

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