5 limites para te liberar da tecnologia

Como podemos usar a tecnologia sem ser esgotados por ela? Aqui estão cinco limites que o ajudarão a nutrir a saúde mental no dia a dia.

Fonte: Guiame, René BreuelAtualizado: quarta-feira, 28 de agosto de 2024 às 17:55
(Foto: Pixabay)
(Foto: Pixabay)

A tecnologia virou indispensável – e o principal inimigo da saúde mental hoje. Com o smart working ficou ainda mais difícil separar o trabalho das nossas vidas pessoais. O escritório veio para a casa e utiliza o mesmo telefone que usamos para chamar os amigos e a família. O resultado é um mix desorganizado de estímulos, volatilidade emocional e a intrusão do trabalho nas nossas esferas íntimas.

Como podemos usar a tecnologia sem ser esgotados por ela? Aqui estão cinco limites que o ajudarão a nutrir a saúde mental no dia a dia.

1. Decida com antecedência quando você vai consultar o celular

É útil dedicar blocos de tempo sem interrupção ao trabalho, ao descanso e aos relacionamentos, e escolher alguns momentos do dia para navegar e conferir as mensagens. Por exemplo, eu respondo os meus e-mails e mensagens no final da manhã, na metade da tarde, e no final do dia de trabalho.

Se as notificações são necessárias para o seu trabalho, tudo bem. Se não, é mais sábio aproveitar o silêncio e ficar focado. As notificações interrompem o fluxo do pensamento e o levam a várias direções.

Em vez de um mix de estímulos desordenados, queremos conduzir vidas ativas – não reativas – e ser os protagonistas dos nossos dias.

2. Pegue o seu telefone só depois de se levantar fisicamente e espiritualmente

Começamos o dia com corações frágeis e inseguros. Não deixe que notícias de tragédias, conflitos entre políticos, fofocas sobre celebridades ou as flutuações do mercado sejam as primeiras coisas que você vê.

Você deve primeiro se levantar, ouvir as suas emoções e orar e meditar. Você pode se perguntar, “Come está o meu corpo hoje? Por que tive aqueles sonhos? Quais são as minhas prioridades hoje?”

Quando você acorda conectado ao seu telefone, fica emocionalmente agitado. Se vê notícias ruins, parece o fim do mundo. Se encontra uma dificuldade no trabalho, dá vontade de largar tudo.

Primeiro recupere o centro com o qual você vai enfrentar o dia. Vai te ajudar a trabalhar com serenidade, não ansiedade.

3. Faça pausas mentais sem telas

Eu notei que quando trabalhava no computador eu fazia pausas conferindo o celular ou lendo as notícias no próprio computador. Passava de tela para tela e ficava mentalmente fatigado e emocionalmente entorpecido.

Comecei a fazer pausas mentais a cada 1,5 horas em que saio por alguns minutos, olho para o céu, deixo a minha mente descansar e entro em contato com as minhas emoções.

Que diferença. Você volta ao trabalho com uma mente fresca e com as emoções sob controle.                                 

4. Crie um ritual para terminar o seu dia de trabalho

Isso é válido sobretudo para quem trabalha em casa. Se você deixar, o trabalho vai invadir a sua vida pessoal e você não vai ser o único a sofrer, pois vai transmitir a quem está em casa um espírito inquieto.

Se o espaço não muda, trace um limite entre o tempo dedicado ao trabalho do tempo dedicado à família e à vida pessoal.

O meu ritual é a corrida. Saio, suo, reflito, e volto para casa sabendo que é hora de estar com a minha família e retornar ao centro a partir do qual comecei o dia.

5. Aprenda a descansar sem tecnologia

Assistir a um filme ou a um jogo de futebol é legal, claro. Mas é importante aprender a descansar sem usar aparelhos ou telas também.

Por exemplo, de noite você pode curtir o silêncio, ficar com a sua família, fazer uma caminhada pelo bairro ou ler um livro. Para mim é útil avaliar o dia e escrever os meus pensamentos em um diário. “O que enfrentei hoje? Quais emoções tenho que entender melhor?”  É um modo de processar intencionalmente o que senão vai ser atropelado pela televisão ou que vai aparecer na forma de sonhos.

Separamos um momento para entrar em contato com nós mesmos e para sermos gratos. Como explico no livro O Paradoxo da Felicidade, a felicidade não é um destino que alcançamos. É o modo em que viajamos.

 

René Breuel é um escritor brasileiro que mora em Roma, na Itália. Autor das obras O Paradoxo da Felicidade e Não É fácil Ser Pai, possui mestrado em Escrita Criativa pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e em Teologia pelo Regent College, no Canadá. É casado com Sarah e pai de dois meninos, Pietro e Matteo.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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