Como é o amor de Deus?

Como é o amor de Deus?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

Faz-se muita ginástica com a Bíblia. Usam-se seus versículos para tudo; ao mesmo tempo, servem para abençoar a guerra como para semear a paz; para validar mecanismos opressores que perpetuam a pobreza como para insuflar a revolta dos excluídos.

Um dos textos mais usados, celebrados e repetidos da Bíblia é o capitulo 13 da primeira epístola que, Paulo, o apóstolo, escreveu aos Corintios. Talvez este capítulo seja tão celebrado por tratar de um assunto emocionante: o amor.

Já o ouvi em inúmeros casamentos e sei que já foi musicado por diferentes artistas. Alguns professores usaram nas aulas em que buscavam me instruir sobre como amar.

Geralmente, usam-se os três primeiros versículos para explicar que o amor é muito mais nobre que os dogmas, os carismas e os desempenhos religiosos

"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá".

Dos versículos 4 a 7, Paulo descreve alguns atributos do amor. A nobreza da descrição nos humilha em nossa arrogância de dizer que sabemos amar.

"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".

Lindo! repetimos em coro. Acontece que esta lista não é apenas uma receita para nos ensinar a amar, ela também indica o jeito como Deus quer bem.

Tentemos acompanhar o pensamento de Paulo projetando-o em Deus. Se Deus é amor e o amor tudo sofre - ele padece; se Deus é amor e o amor tudo crê – existimos, porque ele ainda aposta na gente; se Deus é amor e o amor tudo espera - ele aguarda pacientemente por nós; se Deus é amor e o amor tudo suporta - o sofrimento que se universalizou, produz uma dor incalculável ao seu coração.

Infelizmente a cristandade ocidental preferiu focalizar sua atenção na onipotência divina. Caso tivesse olhado com mais atenção para seu amor, compreenderia melhor quem foi Jesus e o que veio fazer aqui na terra.

Nunca tenhamos medo de dizer que o amor de Deus é frágil, como frágeis são todos os genuínos amores. Lembremos que Jesus chorou sobre a impenitente Jerusalém, e que deixou ir embora um jovem rico que muito amou.

O que nos atraí em Cristo? Espero que não sejam as descrições de sua majestade, mas de sua humildade - O Pai só lhe deu um nome que está acima de todo o nome porque viu que ele jamais cobiçou poder, mas servir. Ele não desejou um trono, mas uma cruz.

O Deus encarnado expressou, com mansidão e humildade, o jeito frágil e terno como o Pai ama a humanidade.

Os deuses que tentam se impor pelo mistério, pela manifestação de poder e pelo mágico, são ídolos. Os cristãos pregam a Cristo crucificado.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim é pastor da Igreja Betesda de São Paulo e presidente da Convenção Nacional da denominação. Presidente do Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos. Gondim é casado com Silvia Geruza Rodrigues, pai de três filhos - Carolina, 29; Cynthia, 27; e Pedro, 19 - e avô de Gabriela, Felipe e Felipe Naran. Nascido em 1954, em Fortaleza, Ceará, é formado em Administração de Empresas. Viveu nos Estados Unidos onde obteve formação teológica no Gênesis Training Center em Santa Rosa, Califórnia. Ministra palestras e conferências. É colunista das revistas evangélicas "Ultimato" e "Enfoque Gospel". Como escritor, Gondim é autor de livros como "O Evangelho da Nova Era", "Santos em Guerra", "Saduceus e Fariseus", "Creia na Possibilidade da Vitória", "É Proibido" - obra indicada ao prêmio Jabuti, de literatura brasileira -, "Artesão de uma Nova História", "Como vencer a Inconstância", "A presença imperceptível de Deus", "Do Púlpito 5", "O que os evangélicos (não) falam", "Creio, mais tenho dúvidas", e "Sem perder a Alma", o mais recente.

Site oficial:

www.ricardogondim.com.br

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