Valcelí Leite

Valcelí Leite

Valcelí Leite, Pastor, Teoterapeuta, presidente da ABRATHEO (Associação Brasileira de Teopsicoterapia), com formação em Fisioterapia e pós-graduações em Acupuntura, Terapia Familiar Sistêmica, Cognitive Behavioral Therapy - TCC, e MBA em Teoterapia e Comp

Amor pós-crise: Como restaurar a confiança depois de uma traição ou decepção

À luz da Teopsicoterapia e da Palavra de Deus, vamos refletir sobre a possibilidade do recomeço, do resgate da aliança e da restauração da confiança.

Fonte: Guiame, Valcelí LeiteAtualizado: segunda-feira, 23 de junho de 2025 às 17:33
(Foto: Unsplash/Mihail Tregubov)
(Foto: Unsplash/Mihail Tregubov)

“Como voltar a amar quem me feriu?” “Como reconstruir algo que parece ter sido destruído?” Essas são perguntas silenciosas que ecoam na alma de muitos casais cristãos que, mesmo crendo no amor, se veem diante da devastação provocada pela infidelidade emocional, traição física ou decepções profundas no relacionamento.

À luz da Teopsicoterapia e da Palavra de Deus, vamos refletir sobre a possibilidade do recomeço, do resgate da aliança e da restauração da confiança, mesmo após momentos que pareciam irreversíveis.

O impacto emocional da traição

Traição é mais do que um ato — é uma ferida aberta na alma.
Na clínica teopsicoterapêutica, vemos que o que dói não é apenas o erro, mas o rompimento de um pacto silencioso: “Eu achei que estávamos do mesmo lado.”

Seja por infidelidade sexual, conversas impróprias, omissões emocionais ou abandono afetivo, a confiança, quando quebrada, afeta corpo, mente e espírito.

A dor se manifesta como:

- Insônia, ansiedade, medo;

- Sentimentos de desvalorização;

- Raiva, culpa ou confusão espiritual;

- Crises existenciais: “Onde estava Deus quando isso aconteceu?”

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9)

Mas o coração que trai também pode ser transformado. E o coração que foi ferido, curado. Com a graça de Deus e o processo certo, é possível viver um amor pós-crise.

Uma história bíblica de traição e restauração

O livro do profeta Oséias é, por si só, uma ilustração divina do que significa amar após a traição. Deus pede a Oséias que se case com uma mulher adúltera, para que o povo veja, por meio daquela união, como é o amor de Deus por nós — mesmo quando somos infiéis.

“Disse-me o Senhor: Vai outra vez, ama uma mulher amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses...” (Oséias 3:1)

Esse amor não foi cego. Foi um amor redentor, consciente, espiritual. A base da restauração no casamento ferido não é o esquecimento, mas a  ressignificação. Na Teopsicoterapia, trabalhamos para que:

- A dor se transforme em aprendizado;

- O casal reconstrua um novo pacto (não apenas “volte ao que era antes”);

- A graça caminhe junto com a verdade, como no encontro de Jesus com a mulher adúltera.

“Mulher, onde estão os teus acusadores? Ninguém te condenou?... Nem eu te condeno; vai e não peques mais.” (João 8:10-11)

Essa fala de Jesus nos mostra que a graça não é conivência, mas caminho para transformação.

O processo de cura na Teopsicoterapia

A reconciliação verdadeira exige mais do que tempo — exige tratamento da alma.

Na Teopsicoterapia, conduzimos o casal (ou o cônjuge ferido) por um caminho de:

1. Nomear a dor: O que doeu? Por que doeu tanto? O que está em jogo na alma?

2. Tratar as raízes espirituais: Ressentimento, orgulho, dureza de coração, incredulidade, abandono do altar conjugal.

3. Resgatar o pacto espiritual: O que Deus uniu, o homem não pode separar — mas esse vínculo precisa ser regado por arrependimento, perdão, verdade e compromisso.

4. Ressignificar a história: Não apagar o que houve, mas permitir que a história do casal seja dividida em duas partes: “antes da dor e depois da restauração.”

“Perdoar é libertar um prisioneiro e descobrir que o prisioneiro era você.” – Lewis B. Smedes

Quando vale a pena recomeçar?

Perdoar não é o mesmo que permanecer. Em alguns casos, o casal escolhe caminhos distintos após a traição — e Deus também atua na reconstrução individual. Mas quando há arrependimento genuíno e desejo mútuo de restaurar a aliança, a reconciliação pode ser uma das maiores expressões do amor divino.

“Acaso pode alguém restaurar o que foi destruído? Com Deus, sim. Ele faz nova todas as coisas.” (Apocalipse 21:5)

O casamento não é um contrato — é uma aliança. E aliança, biblicamente, só é restaurada com sangue, entrega e renúncia. Não é fácil, mas é possível — e glorioso aos olhos do Senhor.

Dicas práticas para recomeçar com sabedoria

1. Estabeleça limites restauradores: não se trata de “fingir que nada aconteceu”, mas de construir novas regras de convivência, respeito e verdade.

2. Construa uma nova rotina espiritual: oração em conjunto, jejum, leitura da Palavra, discipulado.

3. Busque ajuda profissional e espiritual: nem tudo se resolve sozinho ou apenas com conselhos. Terapia cristã é parte da graça de Deus para o nosso tempo.

4. Desenvolva a escuta e o arrependimento ativo: quem feriu precisa aprender a ouvir e mudar; quem foi ferido precisa reaprender a confiar.

4. Inclua Deus no processo — todos os dias: confesse, clame, chore, jejue, persevere. Ele é especialista em reconstruir ruínas.

“O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido.” (Salmo 34:18)

A dor não tem a última palavra

Sim, a traição fere. A decepção abala. Mas quando a graça encontra corações dispostos, o amor pode renascer mais forte, mais maduro e mais parecido com o amor de Deus por nós.

“Ainda que o vosso pecado seja como escarlate, ele se tornará branco como a neve.” (Isaías 1:18)

Você não precisa carregar essa dor sozinho(a). A Teopsicoterapia pode te ajudar a discernir o que precisa ser restaurado, o que precisa ser curado e como Deus pode transformar lágrimas em testemunho.

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Desejo a você e sua família uma semana na Graça.

 

Valcelí Leite (@ValceliLeite) é Psicanalista, Teoterapeuta (Terapia Cristã) e Pastor, atual presidente da ABRATHEO (Associação Brasileira de Teopsicoterapia), com formação em Fisioterapia e pós-graduações em Terapia Familiar Sistêmica, Cognitive Behavioral Therapy - TCC, e MBA em Teoterapia e Competência Emocional. Atua como teopsicoterapeuta com orientação a casais e famílias. Palestrante sobre temas como Educação de Filhos, Internet e Vida Conjugal, Ciência do Bem-estar e Como Evitar a Ansiedade. Ex-superintendente em instituição filantrópica, com gestão em treinamento de liderança, formação de equipes e palestras motivacionais em quatro estados brasileiros e mais de 30

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Quando o perdão parece impossível: Como curar feridas emocionais no casamento

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