A Igreja da Inglaterra pediu perdão pelas leis antijudaicas aprovadas pela Igreja Católica há 800 anos.
O pedido de desculpas foi realizado em um evento na Catedral de Oxford no domingo (8), em comemoração ao aniversário do Sínodo de Oxford de 1222, que ocasionou a expulsão em massa de judeus da Inglaterra 68 anos depois.
A cerimônia contou com a presença de líderes religiosos, incluindo o rabino chefe da Grã-Bretanha Ephraim Mirvis e representantes do arcebispo de Canterbury Justin Welby, líder da Igreja Anglicana.
Na época, o Sínodo de Oxford promulgou os decretos do Quarto Concílio de Latrão (1215) e acrescentou uma série de outras medidas antijudaicas para a igreja medieval na Inglaterra.
Os cânones estabeleceram a discriminação dos judeus no país, proibindo interações sociais entre judeus e cristãos, estabelecendo dízimos específicos para os judeus e impondo o uso de um crachá de indentificação para os judeus ingleses.
As leis discriminatórias foram seguidas por mais decretos antissemitas e culminaram na expulsão em massa de judeus no país.
O evento, em parceria com a Congregação Judaica de Oxford, foi uma oportunidade para pedir perdão pelas ações antijudaicas.
"O culto de hoje na Catedral de Oxford é uma oportunidade para lembrar, se arrepender e reconstruir. Oremos para que inspire os cristãos de hoje a rejeitar as formas contemporâneas de antijudaísmo e antissemitismo e a apreciar e receber o presente de nossos vizinhos judeus”, declarou o arcebispo Welby no Twitter, no domingo (8).
Na cerimônia, também foi reconhecida as relações judaico-cristãs desde a publicação de Nostra Aetate, um relatório do Concílio Vaticano II, em 1965, que condenou o ódio à comunidade judaica.
“Este Sínodo... deplora e condena o ódio e as perseguições de judeus, quer tenham surgido no passado ou em nossos dias”, afirma o documento.
Em comunicado à imprensa, a Diocese de Oxford reiterou sua posição: “Nossa intenção é que esta comemoração seja um forte sinal de um potencial tão rico, refletido na profundidade do encontro e serviço inter-religioso que existe cada vez mais em Oxford e em toda a nossa sociedade”.
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