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Muçulmanos ameaçam destruir túmulo de Ester e substituí-lo por consulado palestino, no Irã

O grupo de estudantes islâmicos Basij está ameaçando destruir os túmulos de Ester e Mordecai, localizados em um distrito iraniano.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020 às 13:55
Estudantes islâmicos do Basij fazem manifestação no Irã. (Foto: ARAM)
Estudantes islâmicos do Basij fazem manifestação no Irã. (Foto: ARAM)

Um grupo islâmico iraniano está ameaçando destruir o que os judeus locais acreditam ser o antigo local do sepultamento da rainha Ester e de seu tio Mordecai no distrito de Hamedan (Irã) em retaliação ao plano de paz israelense-palestino do presidente Donald Trump, conhecido como “Acordo do Século”.

Ester tem sua história contada no Antigo Testamento bíblico, em um livro que leva o nome da própria rainha que viveu por volta de 470 a.C e foi casada com o rei Assuero, da Pérsia (também conhecido como Xerxes). Em 1935, a Pérsia mudou oficialmente seu nome para Irã, como o país é chamado atualmente.

O grupo Basij, uma ala estudantil do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, divulgou um comunicado no início deste mês ameaçando demolir o túmulo e substituí-la por um consulado palestino.

"Avisamos os Estados Unidos e ao regime sionista [...] que o primeiro ato de realizar seus desejos imundos e o menor ataque à Palestina e ao santo al-Quds (Jerusalém) significa que eles não ocuparão mais um lugar como o túmulo de Ester [...] vamos transformá-lo em um consulado da Palestina e vocês verão o cumprimento desta promessa", disseram as declarações deles.

Ali Malmir, o diretor escritório de turismo de Hamedan, disse ao site de notícias ISNA do Irã em 7 de fevereiro que não é possível demolir o túmulo, porque existem regras específicas para edifícios do patrimônio cultural que não podem ser violadas.

Porém, o chefe do grupo Basij em Hamedan, Tayeb Frydras, respondeu à declaração de Malmir dizendo que o Irã deve mostrar seu poder e que os direitos palestinos são mais importantes do que proteger os locais culturais judeus.

A Aliança pelos Direitos de Todas as Minorias no Irã (ARAM), um grupo de vigilância com sede nos EUA que monitora os direitos das minorias no Irã, informou que o grupo de estudantes Basij realmente tentou invadir o túmulo em Hamedan, no último sábado (15).

A ARAM também informou que as "autoridades iranianas" se juntaram ao grupo Basij, pedindo a destruição do túmulo, mas a veracidade desta declaração ainda não foi confirmada.

A Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA disse em comunicado no Twitter que está "preocupada" com as ameaças à tumba de Esther e Mordecai "e enfatiza a responsabilidade do governo iraniano de proteger locais religiosos".

Jonathan Greenblatt, chefe da Liga Anti-Difamação, classificou as declarações do Basij como "nojentos", especialmente porque o povo judeu está a semanas de comemorar o Purim, um feriado dedicado a homenagear Esther e Mordechai.

"Pessoas de todas as religiões devem se posicionar, antes que essa profanação ocorra", disse ele.

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