Shavuot – ou Festa de Pentecostes – é uma das três peregrinações judaicas que celebram a liberdade em Jerusalém junto com a Páscoa e Sucot (Tabernáculos), marcando momentos célebres na história judaica e enfatizando as raízes judaicas de 4.000 anos na Terra de Israel, além da conexão singular entre a Terra de Israel, o judaísmo e o povo judeu.
A festividade de Shavuot é uma continuação histórica, nacional, agrícola e espiritual da celebração da Páscoa. Enquanto a Páscoa enfatiza a libertação física da escravidão no Egito, Shavuot destaca a liberdade espiritual, abraçando os valores da Torá, dos Dez Mandamentos e dos ensinamentos éticos transmitidos em Pirkei Avot (Ética de nossos Pais). A véspera de Shavuot é dedicada a uma noite de estudo dos valores judaicos.
Shavuot é o ponto de conexão com o qual os moradores de assentamentos seculares, ou kibutz (que têm forte foco na agricultura e no trabalho coletivo) podem se identificar mais completamente com a Lei de Moisés.
Para as aldeias agrícolas de Israel, compreendendo 265 kibutzim e 450 moshavim (amabas comunidades agrícolas), o festival de Shavuot é conhecido como o "chag hachagim" – o festival dos festivais.
Desfile de feriado de Shavuot de veículos agrícolas em Moshav Betzet, Israel. (Foto: Wikimedia/Creative Commons)
Shavuot ocorre no final da primavera, após o período chuvoso e fértil (conforme descrito em Cântico dos Cânticos 2:11), pouco antes do início do verão seco. É celebrado 7 semanas (50 dias) após a Páscoa, entre campos dourados onde o trigo está totalmente maduro (conforme mencionado em Atos 2:1).
Este ano, o Shavuot teve início na noite de quinta-feira, 25 de maio e vai até o início da noite de sábado, 27 de maio.
Primícias
Em Shavuot, Israel comemora suas primícias, conhecidas como "bikurim", e é por isso que essa experiência é tão significativa nas aldeias agrícolas. É uma celebração de um povo que redescobriu a arte da agricultura, sendo capaz de se sustentar novamente na terra abençoada por Deus.
Segundo David Shishkoff, é a celebração do retorno à nossa terra depois de dois milênios na Diáspora como uma minoria perseguida de “estrangeiros” frequentemente proibidos de possuir terras.
E continua: “Celebramos a terra dando seus frutos. Celebramos o milagre dado por Deus pelo qual um único grão de trigo se multiplica em um aumento de cem vezes. Regozijamo-nos – depois de estar na longa, escura e fria noite de exílio; acordar em uma bela manhã de primavera e nos encontrarmos vivos e soberanos na terra de nossos pais. É um dia de ‘Pois a sua misericórdia nos domina’ (Salmo 117:2).”
Ele explica que, “no moshav onde moro na Galileia, Shavuot é a época do ano em que mais sentimos uma conexão coletiva com a comunidade. Cada família prepara comida ou bebida para um brunch ‘pot-luck’. Todos estão vestidos de branco festivo. Fardos de feno recém-cortado são decorados com flores de buganvílias rosa e baldes de leite, simbolizando o pioneirismo sionista. Um moshavnik compartilha garrafas de vinho tinto que ele fez. Outra traz seu próprio queijo fresco caseiro. Pratos lácteos são tradicionalmente consumidos neste dia.”
A cerimônia é repleta de canções bíblicas da colheita e danças folclóricas, as mães exibem seus bebês nascidos no ano anterior. Em hebraico, primogênito (b'chor) e primícias (bikurim) é praticamente a mesma palavra.
Celebração de Shavuot. (Foto: Gan-Samuel/Creative Commons)
Em um kibbutz coletivo, a celebração de Shavuot é marcada pela apresentação das primícias de diversos setores de produção.
“Meu amigo Tal compartilhou comigo como eles celebram Shavuot em seu kibbutz localizado no Vale do Jordão, ao sul do Mar da Galileia. O setor de laticínios orgulhosamente exibe seus melhores bezerros e produtos lácteos”, diz David Shishkoff. “Os trabalhadores dos campos e pomares trazem seus melhores grãos de trigo e tâmaras, assim como suas suculentas laranjas Jaffa e seus reluzentes tratores vermelhos. Meninos e meninas trazem feixes de trigo e cestas repletas de frutas e vegetais frescos, colhidos naquele momento.”
Ele explica que o kibutz, embora aparentemente secular, era um daqueles fundados por pioneiros que haviam sido judeus ortodoxos altamente praticantes na Europa.
“Eles sentiram um forte desejo de vir para a terra da Palestina logo após a Primeira Guerra Mundial. Para aqueles veteranos, Shavuot era de fato uma alegre ação de graças ao Deus de Israel. Mas mesmo israelenses ateus são voluntariamente levados a celebrar a fartura na Terra do Leite e do Mel.”
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